O Brasil de Getúlio Vargas e a formação dos blocos: 1930-1942. O processo do envolvimento brasileiro na II Guerra Mundial

atualmente o centro industrial mais importante da América ibérica -, ao passo que o Norte e o Nordeste continuarão à margem do desenvolvimento.

A questão se encontrará no centro das preocupações brasileiras a partir de 1930. Os revolucionários de outubro de 1930 rapidamente se dão conta de que, para passar de um estádio de simples oficinas artesanais para o de uma verdadeira industrialização, é preciso que se lance uma "indústria de base" e, em particular, a indústria siderúrgica. A solução para essa questão é condição indispensável para que o Brasil conheça um impulso industrial. A esse respeito, a indústria siderúrgica ocupará lugar de destaque no programa de desenvolvimento econômico brasileiro durante o período 1937-42.

A urbanização, o aumento do número de "estabelecimentos industriais" e a chegada de imigrantes -, com uma consciência política, sobretudo entre os italianos, faz aparecer um componente social desconhecido até então: a classe operária. No rastro da revolução soviética, formam-se núcleos comunistas, e em 1922 o Partido Comunista Brasileiro (PCB) surge em São Paulo. As dificuldades que experimenta o mundo operário durante a Primeira República (baixos salários, desemprego, vida cara, insegurança nas condições de trabalho, ausência de seguro social) levam o proletariado brasileiro nascente a desenvolver ações reivindicatórias. São organizadas greves e, quando o minúsculo PCB se estrutura um pouco, é a ele que cabe a organização das lutas sociais(6). Nota do Autor Consequentemente, a sociedade brasileira experimenta uma evolução extremamente rápida, pois em um lapso de tempo muito reduzido - 1888 a 1920 - passa de sociedade escravagista a uma outra em que a luta de classes aberta é pregada por algumas vozes sem grande sucesso, é verdade(7). Nota do Autor

O papel menor desempenhado pelo proletariado brasileiro faz com que ele não possa pretender colocar em questão a dominação de uma oligarquia formada essencialmente de grandes proprietários rurais e de plantadores de café. Surge então um outro movimento contestatário - porta-voz das classes médias, conhecido sob a denominação de movimento "Tenentista". Seu nome é devido à situação de seus membros: jovens tenentes das Forças Armadas que, cansados das fraudes eleitorais e da falta de probidade dos

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