grupo até então nem sempre tinha podido fazer prevalecer suas concepções. Para se convencer disso, basta lembrar que às vésperas da entrada do Brasil no conflito os ministros militares asseguram que o país não estava em condições de enfrentá-lo. Em seguida, a guerra ligou organicamente o destino desse grupo ao dos Estados Unidos. A guerra, enfim, fortaleceu ainda o sentimento nacional de que a partir de então as Forças Armadas sentem-se a depositária fiel.
Nacionalismo - dependência: o dilema brasileiro mudou profundamente de face. Até aqui não mudou de natureza.
De todas as observações precedentes e do conjunto da pesquisa se depreende uma constatação fundamental. O Brasil não teve uma política externa independente e autônoma durante o período 1930-1942. O grande mas fraco Brasil não pode permitir-se altear a voz e tem de forçosamente buscar a composição. Portanto, ele sofre sua política externa, na medida em que não a faz. É verdade que seu caráter nacional não o inclina adotar posições rígidas; com exceção da questão Ritter, todo o período é semeado de exemplos da determinação brasileira... à mediação e aos compromissos. Surge então uma pergunta. Quando o Brasil não for mais somente um sonho e o país de amanhã, essa tendência aos compromissos continuará como até agora a dominar a filosofia de suas relações internacionais ou, ao contrário, o nacionalismo brasileiro irá adquirir um caráter mais pugnaz e inevitavelmente menos pacífico?