O Brasil de Getúlio Vargas e a formação dos blocos: 1930-1942. O processo do envolvimento brasileiro na II Guerra Mundial

Até 1939, seu partido tinha no Brasil mais de um milhão de inscritos. Hoje essa cifra deve ser muito inferior, mas o núcleo permanece intato e muito fiel a seu chefe.

Ele contava e continua a contar com a ajuda do clero e dos católicos em geral, bem como do Partido Nacionalista brasileiro (de pouca importância). Plínio Salgado afirma que hoje pode-se acrescentar ao rol dos inscritos ou simpatizantes de seu partido:

a) uma parte do exército cujo orgulho foi mortalmente ofendido pelo fato de que nas bases norte-americanas de Natal, Pernambuco, etc., o acesso é proibido aos oficiais brasileiros.

b) todos os que, qualquer que seja seu partido, se dão perfeitamente conta de que, a despeito da propaganda desenfreada que considera qualquer desacordo com a política de Getúlio Vargas como sendo uma crime de lesa-pátria, o Brasil está em vias de se tornar uma colônia norte-americana dominada pelos judeus.

c) todos os estrangeiros (italianos, alemães, húngaros, etc.) que por causa das perseguições em curso ajudariam certamente um movimento que visa a libertar o Brasil da predominância norte-americana e do governo de Getúlio Vargas, completamente vendido aos Estados Unidos. Poder-se-ia além do mais contar com uma parte da Marinha de Guerra brasileira, da qual, no entanto, alguns oficiais suspeitos de simpatias integralistas foram ultimamente excluídos.

Vargas, apoiado pelos Estados Unidos, controla o Exército por intermédio das lojas maçônicas e assim ele controla o país. Atualmente as lojas maçônicas se dedicam a uma propaganda ativa comunista e filopanamericana entre as camadas inferiores. Mas essa propaganda não dá muitos resultados entre as classes mais elevadas. No Exército e na Marinha, como dissemos, está-se desenvolvendo um forte sentimento de repugnância em relação aos Estados Unidos.

No entanto, é preciso levar em conta o fato de que a propaganda antifascista foi conduzida de uma maneira tão hábil que hoje uma revolução em nome do integralismo não teria muitas chances de sucesso. Por isso está-se substituindo a expressão integralismo por nacionalismo. A propaganda teria bons resultados se estivesse baseada sobretudo em duas palavras de ordem:

a) o Brasil está em vias de se tornar uma colônia norte-americana.

b) o Brasil está dominado pelos judeus.

No primeiro encontro Plínio Salgado declarou-me que ele me esperava. Ultimamente ele fora prevenido por um jornalista alemão que ele conhecia

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