ao controle administrativo. Acaso, azar, acidentalidade fazem parte do vocabulário político do conservadorismo, embora sua definição e qualificação no processo histórico nem sempre sejam por ele conhecidas.
O conservadorismo sempre defendeu a tese de que a história favorecia as fases em que o poder foi exercido pelos sectários do princípio da autoridade e não pelos partidários do liberalismo mais impulsivo e generoso que refletido.
O conservadorismo resiste às exigências populares, exalta sempre a vitória das forças conservadoras sobre as revolucionárias e defende as barreiras criadas contra o radicalismo. Em resumo: os conservadores não seguem ideias políticas, mas defendem interesses e soluções práticas.
3- Bases do conservadorismo histórico no Brasil
No Brasil, as bases do conservadorismo histórico foram as seguintes:
3.1- A Independência foi um produto da política portuguesa
A Independência não foi um ato de rebeldia, mas um produto da política portuguesa. A legalidade monárquica tem uma filiação contínua de Ourique (25 de julho de 1139) ao Ipiranga (7 de setembro de 1822). A Independência é uma doação da dinastia e, ainda que fosse considerada como uma revolução, seria uma revolução legítima, produzida sob a direção da autoridade legítima que era o Príncipe D. Pedro.
Essa é uma visão conservadora monarquista, defendida sobretudo por Domingos Andrade Figueira e João Camilo de Oliveira Torres, que será melhor tratada na variante monarquista do conservadorismo. Assim também nos liberais e radicais se defenderá a tese diametralmente oposta.
3.2 - A Abdicação é um ato ilegítimo
Como consequência, todo movimento revolucionário deve ser condenado e o 7 de Abril de 1831, a Abdicação, é um ato ilegítimo. Foram os conservadores que consolidaram as instituições, salvaram a integridade da Monarquia, restabeleceram a ordem e a tranquilidade públicas. Não conquistaram o poder no tumulto das revoluções, nem por surpresas inconstitucionais.
Suas vitórias foram conseguidas por meios legítimos, a imprensa, a tribuna e o consentimento implícito dos próprios adversários. Se usaram sempre de todos os recursos para se manter no poder, obrigando os adversários a se submeterem ou criando atmosfera de terror para que estes, recorrendo à violência, os obrigassem a uma reação feroz, o certo é que os liberais conviveram