perturbaram o que foi chamado de conciliação: "Os dias da transação vão passando, e não têm sido utilizados; já quem sabe se não desponta no horizonte do país o sinal precursor da nova ação (...)".
Seu estudo divide a história política em cinco períodos: "De 1822 a 1831, período de inexperiência e de luta dos elementos monárquico e democrático; de 1831 a 1836, triunfo democrático incontestado; de 1836 a 1840, luta de reação monárquica, acabando pela maioridade; de 1840 até 1852, domínio do princípio monárquico, reagindo contra a obra social do domínio democrático, que não sabe defender-se senão pela violência, e é esmagado; de 1852 até hoje [1855], arrefecimento das paixões, quietação no presente, ansiedade no futuro; período de transação".
Analisa depois cada um dos períodos, curtas descrições críticas, um quadro excepcionalmente lúcido e claro, visto e examinado de acordo com sua posição conservadora. Termina escrevendo sobre o período de sua época - o da transação - que havia começado em 1853: "Dizei-nos onde param as antigas parcialidades, onde os seus ódios? Já de há muito desapareceram. Em testemunho disso vede aí que palavra puseram, por diante os parlamentares, quando se levantaram contra o ministério que precedeu o atual?
"A conciliação. E esse ministério, como o seu predecessor, como o seu sucessor, que tendências mostrava senão as de uma conciliação que, ao menos quanto aos indivíduos, punha em perfeito olvido todo o passado? E que movimento social era esse que todos os políticos pressentiam, a que obedeciam, que lhes fazia abandonar as suas posições de vencedores, senão o resultado da convicção íntima do país de que estavam extintas todas as posições, acabadas todas as lutas do passado? E essa extinção das paixões, esse esquecimento de ódios, o que são senão os sintomas evidentes de que a sociedade tem chegado a esse período feliz de calma e de reflexão que pode e deve ser aproveitado para a grande obra da transação." Finalizava lembrando os deveres do poder: "Cumpre que o poder espontaneamente se desarme de quanto lhe foi dado, não por não ser-lhe essencial para desempenhar os seus tutelares encargos, mas em atenção às circunstâncias excepcionais da posição em que se viu colocado; cumpre-lhe renunciar ao arbítrio com que suprime a liberdade individual, com que subjuga a Nação militarizada. Cumpre-lhe ver, entre "as ideias que os liberais puseram por diante nos dias de suas lutas (ideias que felizmente foram escritas em três programas notáveis), quais as que satisfazem às verdadeiras necessidades públicas, quais as que, sem perigo, dão ao elemento democrático algum quinhão na organização política do país; cumpre que o que é do povo seja restituído ao povo".(14) Nota do Autor
Nesse mesmo ano, como deputado pela Província de Minas Gerais, pronunciou Justiniano José da Rocha vários notáveis discursos. Aos 19 de maio