edições mais recomendadas são as da Junta de Historia y Numismática Americana, t. I, sob o título Viaje de Ulrich Schmidel al Rio de la Plata, 1534-1535, 1903, tradução e anotações por Samuel A. Lafone Quevedo, notas bibliográficas e biográficas de Bartolomé Mitre, e a do Instituto Social (Universidad Nacional del Litoral), sob o título Derrotero y Viaje a España y las Indias, traduzida e comentada por Edmundo Wernicke, Santa Fé, 1938).
8. Aventuras de Hans Staden
Hans Staden (c. 1520-?) é um admirável aventureiro da Hessia, disposto a enfrentar as mais ousadas aventuras para conhecer o novo mundo. Engajado num navio português que comerciava pau-brasil, como artilheiro, vem pela primeira vez ao Brasil em 1547, onde alcança Pernambuco. Aí participa de lutas contra indígenas na vila de Igaraçu, vai à Paraíba e volta a Lisboa, em 1548. Depois de passar cerca de um ano naquela cidade, delibera acompanhar os espanhóis em suas viagens, na expedição de D. Mencia Calderon de Sanabria, que devia fundar dois povoados, um na costa de Santa Catarina e outro na embocadura do Rio da Prata. Staden parte da Ilha de Palma a 15 de junho de 1550 e a 16 de dezembro deste mesmo ano atinge Santa Catarina. Depois de várias peripécias, alcança São Vicente, onde se emprega como arcabuzeiro, na ilha de Santo Amaro, em frente a Bertioga. Aprisionado pelos índios tupinambás, por volta de janeiro de 1554, permanece entre eles nove meses e meio, libertando-se em outubro de 1554. Aos 20 de fevereiro de 1555, chega à França, vai a Londres, à Antuérpia e retorna a sua pátria(29). Nota do Autor
O LIVRO
Seu livro, Warhaftige Historia und Beschreibung eyner Landtschafft Wilden, Nacketen Grimmingen Monsshfresser Leuthen, in der Newenwelt America gelegen, etc. (Marburg, Andres Kolben, 1557), descreve especialmente suas aventuras nos nove meses que passou aprisionado entre os índios tupinambás, inimigos dos portugueses e aliados dos franceses. Este livro é, assim, uma página importante da História do Brasil, porque é a primeira descrição da vida e dos costumes selvagens. Até então nenhum europeu, cujas reminiscências tenham chegado até nós, convivera entre indígenas não aliados. O comércio de pau-brasil promovera a primeira ligação entre indígenas e europeus. Os grupos indígenas em constante hostilidade separaram-se entre aliados dos franceses ou dos portugueses. Mas nenhum conseguia sobreviver e escrever, quando aprisionado pelo adversário.
Hans Staden, vivendo entre portugueses, conseguiu, com extraordinária habilidade, fazer-se passar por francês, tal como acontecerá alguns