História da História do Brasil, 1ª parte: Historiografia colonial

CAPÍTULO II

A CONQUISTA DA COSTA LESTE-OESTE


1. Padre Luís Figueira. 2. Martim Soares Moreno. 3. Diogo de Campos Moreno. 4. Manuel de Sousa de Sá e Alexandre de Moura. 5. Pero Rodrigues. 6. Manuel Gomes.

1. Padre Luís Figueira

Antes de iniciar-se a Jornada do Maranhão, processa-se a conquista de Sergipe e Paraíba, por expedições partidas da Bahia, e a do Rio Grande do Norte, por expedição organizada de Pernambuco. Sobre esta última conquista, a primeira "Relação das Cousas do Rio Grande, do sítio e disposição de terra" foi escrita em 1607 e atribuída ao Padre Gaspar de Samperes, por Serafim Leite, que a publicou(1). Nota do Autor

Gaspar de Samperes (1551-1635), nascido em Valência, entrou para a Companhia em 1587 e serviu no Brasil até ser desterrado pelos holandeses, falecendo em Cartagena (Colômbia). O padre revela toda sua simpatia pelo Rio Grande, que parecia capitania melhor que a da Paraíba. "Porque as várzeas todas servem para engenhos, os campos todos para criação de gado e neste particular por comum parecer de todos é a melhor terra do Brasil, porque não tem passo de terra que não aproveite para isso, com excelentes águas; não faltam tampouco muitos matos para fazer roçarias, tem os ares muito sãos, e, com estar tão perto da linha, não é muito quente. Tinha esta capitania quando os da Companhia entraram nela 164 aldeias, mas como este gentio do Brasil facilmente se some entre os portugueses, agora terá como seis mil almas..."

O avanço para o Norte continua e o primeiro ponto a se reduzir ao domínio português é o Ceará. Samperes é quem mais tarde vai buscar Luís Figueira, já na costa, depois do desastre de Ibiapaba, conforme conta o próprio Figueira. Pero Coelho em 1603-1604 atingiu o Camocim, penetrou no sertão e se dirigia ao Parnaíba projetando seguir ao Maranhão quando se viu obrigado a retroceder, malogrando sua tentativa, apesar dos auxílios que voltou a buscar. Foi uma empresa árdua e difícil, registrada nos documentos e relatada pelos cronistas, como Frei Vicente.

O mais antigo documento e a mais importante crônica sobre a primitiva história da expansão portuguesa para o Norte e a conquista do Maranhão é a "Relação do Maranhão", escrita pelo padre jesuíta Luís Figueira.

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