História da História do Brasil, 1ª parte: Historiografia colonial

do Padre Luís Figueira escrita aos 26 de agosto de 1609, da Bahia, onde ele fala das dificuldades da missão do Maranhão dizendo ser então impossível efetuá-la por diversas razões, as quais menciona(9). Nota do Autor

O Padre Luís Figueira é também autor de um Memorial sobre as terras e gente do Maranhão, Grão-Pará e Rio Amazonas(10). Nota do Autor Trata-se de um valioso e importante documento sobre o Maranhão. Contém excelentes dados para a história religiosa, econômica e social. A princípio, e como todos os cronistas de sua época, Luís Figueira louva as grandezas do Maranhão, dizendo que "as terras são mui férteis e se podem fazer infinitos engenhos de açúcar porque se dão nelas mui formosas canas e a experiência tem mostrado que as canas do Maranhão rendem dobrado que as do Brasil". Diz, porém, que faltam homens de posse que façam fazendas, mas que existem quatro engenhos e muitos principiados, e que far-se-ão muitos mais se S. Majestade fizesse mercê aos homens que lá quisessem fazer engenhos, como se fez a Antônio Barreiros. Fala das larguezas da terra e do inumerável gentio desamparado em extrema necessidade espiritual, pedindo que o Maranhão seja provido de um prelado bispo e que se enviem mulheres portuguesas para o Grão-Pará, onde deve haver duzentos soldados sem mulheres. Pede 200 padres jesuítas e que o administrador fosse o Superior da Ordem, com poderes episcopais iguais aos dos Administradores do Rio de Janeiro.

Esse Memorial foi reimpresso pelo Barão de Studart numa transcrição entre vários pareceres, inclusive do Conselho de Estado, datados de 10 de agosto de 1637, sob o título geral de "Sobre um memorial que fez Luís Figueira religioso da Companhia de Jesus sobre as cousas tocantes à conquista do Maranhão"(11). Nota do Autor Num desses pareceres se diz que os jesuítas eram os únicos bons missionários, pois os padres de Santo Antônio e Carmo não acudiam às suas obrigações ou não se saíam bem porque o êxito "depende de uma mecânica que só se acha nos Padres da Companhia de Jesus"(12). Nota do Autor

O Padre Luís Figueira escreveu também uma Relação de vários sucessos acontecidos no Maranhão e Gram Pará assim de paz como de guerra, contra o rebelde Olandes Ingreses & Franceses & outras nações(13). Nota do Autor Nesta pequena crônica descreve os esforços dos soldados portugueses que arrancavam do solo brasileiro os "hereges franceses, holandeses e ingleses"; conta os sucessos do governo de Francisco Coelho de Carvalho e a chegada de Manuel de Sousa de Sá em 1626, as lutas no Pará contra os holandeses

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