História da História do Brasil, 1ª parte: Historiografia colonial

ociosidade perpétua, origem de todas os vícios, desmintam o crítico Gracian que dá toda a América por domicílio da preguiça; sujeitem a carne ao espírito; não sejam lânguidos na religião e cristãos só no nome; larguem o materialismo, não tenham por bagatela a eternidade; logo os mantimentos, o clima e a natural inclinação os não farão concupiscentes e pouco honestos"(144). Nota do Autor

A quinta é sobre a agricultura, os engenhos, os massapês, a política tirânica dos poderosos e ricos, o modo cruel, bárbaro e inaudito com que a maior parte dos senhores tratam os escravos, desmentindo a tese sobre a bondade da escravidão no Brasil, em relação à de outros países americanos, e a da cordialidade e incrueza do processo histórico brasileiro. Este é um dos grandes capítulos do livro sobre engenhos, relação senhores-escravos, o tabaco, a mandioca e o anil.

A sexta faz "uma compendiosa notícia da fortificação atual da cidade do Salvador, e descreve suas fortalezas, e é acompanhada de numerosas plantas dos fortes". A sétima dá "uma suficiente noção dos corpos militares, tanto de linha como de milícias que constituem a guarnição da cidade da Bahia", e vem acompanhada de desenhos de uniformes dos vários regimentos. Havia corpos brancos, mulatos e negros.

A oitava trata dos estudos e mostra as causas da decadência do ensino: os currículos, a reforma pombalina, a incompetência dos professores, a aversão aos mesmos, as várias cadeiras públicas, retórica, filosofia, língua grega e latina. E sai-se desanimado com esta filosófica sentença: "Com ingenuidade te confesso que não é das menores desgraças o viver em colônias, longe do soberano, porque nelas a lei que de ordinário se observa é a vontade do que mais pode, se bem que mais em umas que em outras". Critica os professores que não cumprem os horários, os baixos ordenados, e que de 1787 quando chegou à Bahia para a época em que escrevia, a relaxação fora grande.

A nona contém o essencial e curioso sobre o governo civil e um catálogo de todos os ministros que têm servido na Relação. Descreve as várias instituições da justiça.

A décima é sobre administração e mostra em vinte e dois mapas quase todos os empregos de Justiça e Fazenda que havia na cidade do Salvador.

A undécima dá uma compendiosa noção por ordem cronológica de todos os governadores que têm governado a Bahia desde 1549 até o tempo presente (1800).

A duodécima é sobre o governo eclesiástico; a décima terceira uma breve noção dos portos e vilas do Recôncavo da Bahia; a décima quarta sobre Ilhéus; a décima quinta sobre Porto Seguro; a décima sexta sobre Espírito Santo, Sergipe e Jacobina; a décima sétima sobre o Rio Grande

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