consentimento só se fez público depois que o novo representante de Portugal, o marquês de Marialva, declarou que a corte estava decidida a voltar para Portugal logo que o Brasil demonstrasse que havia escapado seguramente das chamas da guerra da independência que avançavam nas colônias espanholas(8) Nota do Autor, até mesmo Leopoldina, educada na tradição dos Habsburgo, não alimentava grandes esperanças quanto ao casamento. Deu, porém, a Marialva, a resposta afirmativa que ele esperava.
O extremo formalismo e o esplendor com que o representante português conduziu as negociações em Viena, devem ter aborrecido Dom João VI que era conhecido como muito conservador em matéria de despesas. De uma feita Marialva presenteou a arquiduquesa com um retrato de D. Pedro guarnecido de uma cercadura de brilhantes do Brasil. A 29 de novembro de 1816, o contrato de casamento foi concluído e assinado(9) Nota do Autor. A cerimônia do casamento foi celebrada a 13 de maio do ano seguinte na igreja de Santo Agostinho de Viena. O Príncipe D. Pedro foi representado pelo arquiduque Carlos, herói da batalha de Aspern(*) Nota do Tradutor. Os jornais locais deram a seguinte notícia:
"O casamento por procuração de Sua Alteza Imperial a Arquiduquesa Leopoldina com Sua Alteza Real o Príncipe Real de Portugal e do Brasil realizou-se terça-feira, 13 deste mês. Toda a Casa Imperial estava reunida às seis e meia da tarde no Paço. Estava também presente o Embaixador de Portugal. Dirigiram-se então Sua Majestade o Imperador, Sua Majestade a Imperatriz e a Real Noiva à Igreja da Corte de Santo Agostinho, acompanhados de toda a Corte, o Embaixador de Portugal e o Arquiduque Imperial Carlos. O Arcebispo de Viena, convidado para celebrar o matrimônio dos altos noivos, já ali se encontrava com os assistentes. Celebrado o casamento, cantou-se o hino ambrosiano. A Família Imperial retirou-se, então, para os seus aposentos. Aí recebeu a Arquiduquesa Imperial Leopoldina os cumprimentos do Corpo Diplomático, dos ministros austríacos e, em seguida, das senhoras. Finalmente foi servido um jantar de casamento nos salões de gala, com a presença do Imperador, da Imperatriz, do Corpo Diplomático e de toda a Corte Imperial. A