CAPITAIS ESTRANGEIROS NA INDÚSTRIA
Já tivemos ocasião de mencionar antes que, logo após a Primeira Guerra Mundial, uma série de empresas norte-americanas abriram aqui filiais ou subsidiárias, representando várias e importantes firmas (vide quadro da p. 342). Eram empresas montadoras de veículos, companhias cinematográficas, bancos e seguros, filiais de fabricantes de remédios e de perfumarias que assim procediam. Estabelecia-se desse modo uma nova forma de ligação comercial, para melhor aproveitamento do mercado nacional, utilizando para isso determinadas facilidades alfandegárias então vigorantes. Dessa maneira as peças ou partes complementares fabricadas na matriz encaminhavam-se ao nosso país, terminando-se aqui a elaboração do produto.
Após a Segunda Guerra Mundial, ou mais exatamente, a partir da década de 1950, uma nova fase tinha lugar nessas relações, quando as fábricas estrangeiras começaram a produzir dentro do território nacional os produtos que antes nos mandavam acabados ou as peças para a sua montagem. Para isso importantes firmas internacionais nos enviaram maquinarias e equipamentos, aqui construindo suas fábricas. Nessas condições, grande número de renomadas fábricas norte-americanas e europeias se instalaram entre nós em curto espaço de tempo.
Esta fase teve início, sobretudo, com a entrada em execução da Instrução 113, elaborada e posta em vigor no governo que concluiu a gestão de Getúlio Vargas, depois do seu dramático suicídio, em 1954. Consistia essa Instrução na permissão de entrada de máquinas e equipamentos sem cobertura cambial.
Objetivava tal providência a liberação da entrada de bens de capital no país, propiciando com isso a instalação de fábricas