o presídio do Rio de Janeiro e lamenta que "na Bahia, cidade com a mesma grandeza que o Rio" houvesse dois mil homens, enquanto na Guanabara esse número não excedia 250. O culpado desse abandono era o governador do Brasil — escreve o Sargento-mor Antônio Ortiz de Mendonça — que para substituir o capitão Cosme Luís, vítima de assassínio, nomeara para o cargo de Almirante no Rio de Janeiro o capitão Pedro de Sousa Pereira; por tal motivo, o Sul do Brasil sentia-se desamparado, o que levara Mendonça a solicitar do rei que o deixasse antes servir na guerra de Pernambuco (72) Nota do Autor.
Para o reforço das fortalezas do Rio contribuíra largamente, com a sua fortuna, o antigo capitão Martim de Sá. Era apenas um empréstimo à Coroa, no valor de 60 mil cruzados, e não uma dádiva pessoal. Seu filho, Salvador Corrêa de Sá, fez então uma visita a Lisboa para obter, da Fazenda Real, o pagamento daquela quantia (73)Nota do Autor. Salvador Corrêa pedia 11.498 mil-réis, mas no seu regresso ao Rio de Janeiro o futuro governador de Angola apenas obteve um socorro de homens e munições (74) Nota do Autor.
Nos fins de maio de 1637 chegava notícia ao reino da tomada de Pôrto Calvo pelas tropas de Maurício de Nassau (75)Nota do Autor. A nomeação deste grande chefe de guerra, para dirigir os destinos do Brasil holandês, veio alterar o quadro militar da luta entre a Coroa portuguesa e as Províncias Unidas. Não se tratava agora de uma luta de guerrilhas, com ataques mais ou menos de surpresa para a conquista de pontos da costa e de centros comerciais. Era a guerra, no sentido mais completo do termo, que Nassau lançava contra o Brasil português, para a sistemática conquista desse imenso Estado que se destinava a ser uma nova Holanda de dimensão ultramarina (76)Nota do Autor. O domínio militar, político e econômico do Brasil, com centro na terra de Pernambuco, tal o grandioso plano de João Maurício, quando chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637. Uma sua carta, a