que Varnhagen faz referência, define o Brasil como "o país dos mais belos do mundo" e a capital de Pernambuco como "praça bastante forte e vantajosa" (77) Nota do Autor.

Nassau organiza um grande exército, bate Bagnuolo junto de Pôrto Calvo, praça que os holandeses reconquistam, e segue na direção do rio S. Francisco. A ameaça flamenga ronda toda a costa do Nordeste, semeando o pavor entre os colonos. A capitania dos Ilhéus é atacada pelo general Lichthardt. E faltou então ao chefe dos holandeses a coragem de atacar a Bahia, que decerto supunha estar bem fortificada: se o houvesse feito ainda no ano de 1637, a capital do Brasil português não teria podido resistir (78) Nota do Autor.

Estas notícias aterravam Lisboa. A perda do Brasil, confessa o monarca, seria uma desgraça para os reinos de Espanha (79)Nota do Autor. Por tal motivo, não se devia mostrar rigor para com os culpados nas alterações de Évora: o que importava para a Coroa era a obtenção de socorros, em homens e dinheiro, para a restauração do Brasil. O alvará régio de 20 de janeiro de 1638 é por demais expressivo: Filipe IV perdoa à população de Évora, para que os impostos do real da água e sisas, a cobrar naquela cidade, fossem destinados à recuperação de Pernambuco. Apenas isso contava: embarcar rapidamente as pessoas despachadas para o Brasil e impedir um ataque à cidade do Salvador (80)Nota do Autor. E não havendo gente em número bastante que se recrutasse nas ilhas atlânticas, segundo a proposta de D. Diogo Lôbo, propunha este o alistamento de mil homens nos Açores para os fazer seguir para o Brasil (81) Nota do Autor.

A Corte aceitou o oferecimento e o referido Mestre de campo levantou um corpo de exército naquele arquipélago. Mas apenas em 25 de julho de 1639 o referido socorro veio a deixar Ponta Delgada, chegando à Bahia em 9 de outubro seguinte. A narração da viagem, escrita pelo padre Luís Lopes, pode ver-se na Biblioteca Pública de Évora, códice CXVI/1-14, n° 1.