Estado "cobres, ferro, vinhos, azeites, farinha, bacalhau, sardinha, pano de linho, etc.", sem receber qualquer embargo, porque "tudo o que navega só servia para seu uso e negócio".
O Brasil era também abastecido de sal enviado do reino. Nos fins de 1634 o Rio de Janeiro recebeu 800 alqueires daquele produto, bem como fazendas (99) Nota do Autor. Quatro anos depois, um requerimento de Amaro Machado, mestre da nau Espírito Santo, solicitava o transporte de sal para a mesma capitania; e fazia-o para evitar que as autoridades o forçassem a descarregar a mercadoria. O Conselho formulou o seguinte despacho: "parece-me que será justo mandar carregar o sal que for possivel levar este barco e dar-se-lhe licença para que possa carregar mais" (100) Nota do Autor. E em 1640, num requerimento de Salvador Corrêa de Sá, capitão do Rio de Janeiro, pede-se para uma outra nau transportar da Bahia um carregamento de sal "de que havia grande necessidade naquela praça" (101) Nota do Autor.
Um produto que vem indicado nos documentos do tempo é a linhaça. A Corte apoiava o pedido de vários colonos que na Guanabara queriam semear linhaça para a obtenção de linho e cânhamos (102) Nota do Autor. E acerca do salitre, conhece-se uma carta régia de 3 de dezembro de 1623, que permite a exploração desse produto no Brasil. Também a cultura do tabaco e das especiarias se foi desenvolvendo, em especial nas capitanias do Nordeste (103) Nota do Autor.
Mas são os produtos ditos de primeira necessidade que ocupam um lugar valioso no tráfico comercial do reino para o Brasil. Os colonos de recente data mantinham uma base de alimentação que não diferia dos costumes da Metrópole. Não admira, pois, que o Brasil continuasse a importar produtos de uso diário, como o vinho, o azeite ou o peixe salgado, especialmente o bacalhau, que constituía o grande sustento dos moradores brancos.
A cidade do Porto mantinha estreito comércio de bacalhau com a Bahia. No ano de 1638, os moradores fizeram saber ao monarca que o maior negócio daquele burgo era a navegação do Brasil, "que ocupava muita gente e naus", e que o embargo dos navios da carreira do Brasil lhes trazia grande prejuízo. Sobretudo