Miguel Lourenço adquiriu as terras de foreiros dos descendentes de Guedes de Brito, estes já então enobrecidos, por ligação matrimonial com a casa fidalga dos Saldanha da Gama(2) Nota do Autor.
Sobre a gleba do Campo Seco, silenciaram todas as fontes e papéis antigos vasculhados, tanto particulares como oficiais. Encontrou-se citação apenas num certo "Relatório", elaborado em 1721 pelo mestre-de-campo Miguel Pereira da Costa(3) Nota do Autor, o qual, descrevendo uma expedição aos confins do sertão do Rio de Contas, aludiu a "uma das últimas fazendas, que há para aquela parte, chamada o Campo Seco". Nessa ocasião, a fazenda não pertencia a Miguel Lourenço, mas, com toda verossimilhança, aos sesmeiros.
Quando o Familiar se instalou nessa "uma das últimas fazendas" do "sertão e distrito da vila do Rio de Contas", atingira a região o clímax da fama, por sua riqueza em ouro e diamantes. As terras do distrito, colocadas à testa da Chapada Diamantina, em pleno Planalto Baiano, eram auríferas, ricas em ouro de aluvião e também em diamantes.
Contam historiadores que a vila de Nossa Senhora do Livramento de Minas do Rio de Contas, hoje cidade do Rio de Contas, situada nas elevações da serra do Rio de Contas, à margem esquerda do Rio Brumado, teve início em um outro local. Começou onde atualmente se acha a Vila Velha, nas margens do mesmo Brumado, também chamado Rio de Contas Pequeno. Era, em fins do século XVII, povoado de bandeirantes paulistas e mineiros, quase todos bateadores de ouro e garimpeiros de diamantes, homens que viviam de olhos voltados para o chão, chumbados às bateias, onde lavavam a areia dourada do rio e o cascalho rebrilhante. Aos paulistas e mineiros, ajuntaram-se homens da Metrópole, gente das demais capitanias brasileiras e de muitas outras regiões do mundo português. O arraial cresceu. Em 1724 foi elevado a vila, sob o nome de N. S. do Livramento de Minas do Rio de Contas.
Parece que a malária e outras febres de caráter disentérico, sob forma endêmica e também epidêmica, assolaram de tal maneira