Brasil: $200 para o arrátel do "sabão de pedra" ou "duro", e $120 para o arrátel do "sabão preto" ou "mole". (Sabe-se que o arrátel, ou libra de comércio, equivale a uns 460 gramas, quase meio quilo). O produto era apresentado em formas compridas, à semelhança de um pão, daí derivando a designação de "pam (ou pão) de sabão". O preço vigente no Campo Seco, de 1807 a 1813, foi de $100 e de $120 por um pão, e de $100 por "1 libra de Sabão".
Pode-se então supor que o peso de um "pam de sabom" (como Pinheiro Pinto escreveu por vezes) era de uma, libra ou de um arrátel. Os únicos fregueses do produto, no Campo Seco, foram os mestres empregados na construção do Sobrado do Brejo. Segue-se que os demais faziam sabão em casa, o chamado "de cinza", no qual a cinza substituía a soda cáustica.
Naqueles tempos, já se usava sabão especial para barba. Em 1813, Domingos Pereira adquiriu "sabão de barba" por $260. Era especial e caro.
Pinheiro Pinto assinalou a venda de duas "bacias de pé de cama", uma em 1808 e outra em 1810. Ambas por 1$000 cada.
A "bacia pé de cama" (segundo a expressão do fazendeiro), era o bispote ou o urinol. Os compradores foram um filho de Inácio José da Anunciação e mestre Martinho.
Mestre Martinho adquiriu em 1809, "1 tisoura" por $420 e "1 trinxete", isto é, um trinchete, ou faca de sapateiro, por $240.
Em 1802 "huma faca" foi vendida por 1$440, e em 1812, Antônio de Sousa levou "1 faca de cabo de prata" por 2$000. Nesse ano, Teodoro Dourado foi debitado por:
"1 faca cabo de lata: 1280
1 tisoura: 640
1 estojo de navalhas: 1280
1 espelho: 400
I canivete: 640"
Outro "estojo de navalhas" foi adquirido em 1813 por Domingos Pereira, o mesmo freguês que, na ocasião, comprou "sabão de barba". Pagou 1$200 pelo estojo. O "canivete" era, nesse tempo, uma navalha pequena, destinando-se principalmente a aparar as penas de escrever (penas de pato ou de ganso) .
Tesouras e facas foram trazidas para a Colônia ainda no século XVI, pelos primeiros povoadores. E houve fabricação delas no Brasil, principalmente nas primeiras décadas do século XIX, com o ferro aqui produzido. O artigo importado era de origem europeia, ou então chinesa.
Quanto a garfos e colheres, não há registro de venda, no Livro. Apenas se encontrou referência aos comprados em 1812 por Pinheiro Pinto, para sua casa.
Sobre louça, achou-se este único assentamento, do ano de 1811:
"De. o mano Joaquim da Loica do Compe. Venceslao pg: 1840"