Deodoro: a espada contra o Império Tomo 1 – O aprendiz de feiticeiro (da Revolta Praieira ao Gabinete Ouro Preto)

republicanos, com a franca adesão da mocidade acadêmica(*),Nota do Autor resolveram festejá-la de maneira espetacular. As festas comemorativas do dia 14 de julho teriam duas partes distintas: uma em recinto fechado, sob a forma de sessão comemorativa; outra a céu aberto, com as características de ruidosa passeata, com estandarte republicano à frente e ao som da "Marselhesa". A sessão, realizada no clube recreativo "Congresso Brasileiro", em razão da recusa do teatro oficial, o Teatro de D. Pedro II, - que Lopes Trovão maliciosamente pleiteara, talvez apenas para poder publicar a negativa, foi muito concorrida e animada. Aberta por Lopes Trovão, que logo em seguida convidou Quintino Bocaiúva para presidi-la, teve uma série de oradores inflamados e brilhantes, entre os quais Ciro Azevedo, Sampaio Ferraz, Eríco Coelho, Simões Lopes e outros. Em nome de seus colegas, falou também um aluno da Escola de Minas de Ouro Preto, o jovem Pandiá Calógeras, sem embargo de ser seu pai um fiel monarquista e amigo pessoal do imperador... Depois da sessão, realiza-se a passeata, que tem à frente os alunos da Escola Politécnica, com o estandarte do Clube Republicano. Cerca de quatrocentas pessoas, na maioria estudantes, seguem, cantando a "Marselhesa", pela Rua do Ouvidor e, ao chegarem ao trecho vizinho à redação do Diário de Notícias, entre Uruguaiana e Gonçalves Dias, surge no encalço dos manifestantes a polícia, dirigida pessoalmente pelo delegado Bernardino Ferreira da Silva. O chefe de Polícia, conselheiro José Basson de Miranda Osório, havia dado ordens terminantes para que fosse dissolvida a manifestação. Além dos agentes, um piquete de cavalaria fecha uma das saídas da rua e os elementos mais perigosos da Guarda Negra investem contra os republicanos. A maioria foge desordenadamente. Mas alguns reagem, usando armas de fogo. Um dos estudantes, Tito Correia Lopes, tomba ferido.

Outros enveredam pelas portas das casas comerciais, procurando abrigo, tentando escapar às patas dos cavalos. Alguns militares jovens, alunos da Escola Militar, dão nesse momento apoio aos estudantes, empunhando suas armas e

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