Deodoro: a espada contra o Império Tomo 1 – O aprendiz de feiticeiro (da Revolta Praieira ao Gabinete Ouro Preto)

Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, o capitão Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, o desembargador José Luís de Mendonça e o proprietário rural Manuel Correia de Araújo. O movimento se estendera logo à Paraíba e, a fim de levantar a Bahia, para ali seguira José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o "Padre Roma", que lá foi preso e logo mandado fuzilar pelo governador, Conde dos Arcos.

Da Bahia, como das Alagoas e do Rio de Janeiro, foram mandadas tropas que depressa abafaram a insurreição, resultando serem treze cabecilhas condenados à morte. Quando o general Luís do Rego Barreto desembarcou no Recife, à frente das tropas mandadas pelo rei, D. João VI, já estava a insurreição praticamente derrotada, no combate travado, a 15 de maio, no Trapiche de Ipojuca. Seu trabalho foi mais o de dar caça aos chefes da insurreição e começar a fazer executar as sentenças de morte, nas forças mandadas levantar para tal fim no Recife. Depois de ajudar a combater os republicanos de Pernambuco, o fiel soldado da coroa Manuel Mendes da Fonseca foi, mais uma vez, mandado para a ilha de Fernando de Noronha, que estivera nas mãos dos rebeldes. De então até 1822, sua vida militar entra numa fase de tranquilidade, sem nada de importante a assinalar, a não ser sua promoção a sargento, no ano de 1818, sem dúvida como prêmio aos bons serviços prestados no ano anterior.

Há quem diga que Manuel Mendes da Fonseca, antes de ter sido dado por D. Pedro I o grito do Ipiranga, publicara um manifesto a favor da independência. Nada encontramos que autorize tal suposição, tanto mais descabida quanto é certo que, soldado profissional, simples sargento, fiel cumpridor de ordens, sem nenhuma ligação com os políticos que preponderaram naquele movimento, dificilmente poderia ele ter-se antecipado em assunto de natureza tão grave, quando o próprio príncipe regente ainda hesitava. O que realmente se passou foi isto: chegada ao Recife, onde então se encontrava, a notícia da proclamação da Independência, o Regimento de Infantaria de Linha foi formado e o comando, assim como a tropa, fizeram juramento de fidelidade ao imperador. Coube-lhe, com o desenvolvimento da luta, entre o Exército Imperial e as forças portuguesas,

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