cartas, escrita por Fortunato da Rocha Silva, em nome de seu pai, José Antônio Pereira da Silva, cobra-lhe a 9 de julho de 1852 uma letra de 226$485, vencida a 13 de fevereiro do mesmo ano. Outra, de João Pinto Leite, datada da Bahia, a 26 de outubro de 1853, cobra-lhe a quantia de 1:520$776. Credor cruel, este, pois que começa insistindo em que, "como um senhor que tendo 68 anos de idade, como diz, não deve estar longe da sepultura", o melhor mesmo é saldar a dívida, "acabar e de maneira que v. s. não manche naquilo sua honra, que tem sabido e podido sustentar perante o público". Esta última dívida, referia-se aos suprimentos de dinheiro fornecidos por Caetano Pinto Leite, na cidade de Salvador, a filhos de Manuel Mendes da Fonseca que ali estudavam, na importância de 600$000 e que, com os juros acumulados, ascendia em setembro de 1854, a 2:000$654.
Confessa Manuel Mendes que seu soldo mal dá para pagar a casa em que mora, e que a família passaria fome se não estivesse recebendo pequeno auxílio pecuniário dos filhos que já serviam ao Exército. Na petição que endereçou ao imperador, a 24 de setembro de 1854, então já residindo no Campo da Aclamação n.° 127, Manuel Mendes da Fonseca suplica a concessão de um auxílio pecuniário, que lhe permita saldar suas dívidas e com o qual "se não interrompam os estudos em que estão empenhados" os seus três filhos mais jovens. Declara que a situação em que vive, sob a pressão dos credores, "no leito da decrepitude rouba-me o sono e o necessário descanso". Alude ao seu casamento, que lhe proporcionara uma "fortuna das mais convenientes ao Estado, as virtudes de uma mulher", que logo lhe foi legando filhos, "dez que estão vivos". Depois de falar do cerco dos seus credores, cujas cartas remete ao soberano, acrescenta a propósito das vicissitudes e aperturas de sua vida doméstica: "Minha família, coitada, sempre mantida pelo apertado repuxo, já não de justas economias, mas de dolorosas misérias, nunca comeu mais que o necessário para não morrer de fome, nunca trajou luxo, ainda não viu as paredes internas de um teatro, nunca foi mesmo a um baile dos muitos concorridos nesta Corte, onde vivemos há quinze anos, em nímio rigor da vida". O apelo do velho oficial é verdadeiramente patético.