Outra forma de enobrecimento provinha das forças militares regulares. Desde a Colônia, os oficiais de 1.ª linha eram enobrecidos; uma vez que suas patentes fossem assinadas pelo monarca, os descendentes da 2.ª e 3.ª gerações tinham direito de acesso ao posto de cadetes. Paradoxalmente, a democrática Guarda Nacional teve equiparados seus oficiais aos do Exército no que respeita a essas vantagens. Mas tais aspirações de nobreza não encontraram clima favorável naquele contexto democrático e quase republicano da primeira fase da Menoridade. Se a Guarda Nacional forneceu considerável número de titulares ao Império, foram os mesmos agraciados especialmente a partir dos fins do II Reinado. Em 1843, por ocasião da discussão do primeiro projeto de reforma da Guarda Nacional, não quiseram os parlamentares equiparar os altos oficiais da Guarda Nacional aos do Exército como eventuais portadores de insígnias de ordens militares Como a de Cristo. É posterior a 1850 a primeira solicitação de oficiais da Guarda Nacional às autoridades em favor de seus filhos, para que aos mesmos fosse permitida a admissão, como cadetes, quando sentassem praça no Exército. O reconhecimento de condições de nobreza na oficialidade da Guarda Nacional se foi reafirmando à medida que a corporação se foi fechando às camadas mais Modestas, até tornar-se uma tropa de oficiais sem soldados. Quando o acesso ao oficialato passou a depender exclusivamente das boas graças das autoridades governamentais, à nomeação para os postos inferiores aos de major começou a ser encarada pelos cidadãos com certo descaso. Mas, a instituição já perdera seu caráter democrático.
Ao mesmo tempo em que a Guarda Nacional agiu como força mantenedora do status quo, trouxe em si elementos inovadores. E de certa forma, a corporação atuou como instrumento de mudança social pelo igualitarismo introduzido com o sistema eletivo da formação dos seus quadros de oficiais.
Não poderia a Regência criar nenhuma instituição que fosse contrária ao regime representativo, que desprestigiasse o valor do voto e a excelência das eleições, experimentados pela primeira vez em escala nacional. O Governo de um regente único, eleito, assim como o fortalecimento do poder legislativo condicionaram a boa aceitação teórica do princípio eletivo, que norteava a formação dos postos de liderança da Guarda Nacional. Porém, na prática, a aplicação desse princípio esbarrou na formação aristocrática da sociedade do Brasil independente, onde a coloração da pele desencadeava uma reação emocionalmente agressiva, mas, racionalizada