e da "imprensa mulata" foram certamente uma das facetas pela qual se manifestaram.
A questão da integração e a tentativa de solução levantada por negros e pardos são completamente diversas da luta pela emancipação do escravo negro, apresentada e comandada pelo grupo branco, paternalista e "generoso", mas não interessado em colocar o problema em termos de integração do negro livre. A Guarda Nacional, aceitando sem distinção indivíduos de raças diferentes, realizou algo de novo e de democrático nas relações interétnicas no Brasil. O fato da aceitação do liberto e do ingênuo em suas fileiras, como oficial, é uma prova contrária à ideia generalizada de uma Guarda Nacional como tropa de elite. Se, no presente, a população de cor forma o grupo mais desfavorecido social e economicamente, sem possibilidade de manifestação política, devido ao frequente analfabetismo, podemos aquilatar o que representaria a liderança do grupo não-branco nos primeiros anos de nossa vida política independente, marcada de todos os lados pela escravidão.
Comparando-a à Garde Nationale francesa, onde a questão étnica não chegou a apresentar-se, à National Guard norte-americana, onde os não-brancos eram taxativamente excluídos, a Guarda Nacional brasileira apresenta-se com uma feição nova e original.
Como corporação paramilitar, fora ela criada para constituir-se, de certa maneira, uma força antiexército. Por suas próprias limitações, tornou-se, mais tarde, o veículo da reabilitação das forças regulares. A novidade da Guarda Nacional foi ter representado uma experiência de conciliação entre uma noção igualitária e uma ideia de hierarquia e poder mais viva naquela sociedade estamental do Brasil do século XIX.
Pode-se afirmar, também, que o surgimento da Guarda Nacional agiu como elemento de oposição à estrutura militar preexistente - portuguesa e colonial. A Guarda Nacional apareceu como força nacional, paramilitar do Brasil independente. O Exército achava-se ligado à lembrança de D. Pedro I e ao Absolutismo; a Guarda Nacional achava-se ligada ao Imperador Criança e às ideias novas. O Exército era o passado e a Guarda Nacional era o presente e o futuro.
A fase nacional da independência, iniciada com o 7 de Abril e desenvolvida durante a Menoridade, caminhou num sentido civilista, sem alicerces num passado guerreiro com o qual a população se houvesse identificado. Apoiou-se na valorização das qualidades