ainda que integrado numa história regional das mais vasculhadas do país, não merecera dos estudiosos, todavia, a atenção que lhes pudesse realçar as implicações, inclusive as implicações internacionais.
Destas, contudo, nasciam os maiores óbices que, desde logo, deparamos. Realmente, as pesquisas nos remetiam a arquivos de vários continentes, muitos de difícil acesso à nossa investigação.
Com relação à África e Ásia, o momento histórico profundamente conturbado que vivem atualmente as áreas de nosso interesse, limitou a pesquisa aos catálogos e publicações periódicas editadas pelos arquivos mais importantes (África e Ásia portuguesa, incluindo Goa, agora pertencente à Índia), o que foi consideravelmente enriquecido com as pesquisas que realizamos nos arquivos metropolitanos portugueses, onde foi possível o exame direto dos manuscritos.
No Brasil, a nossa investigação foi realizada principalmente no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e no Arquivo Público Estadual da Bahia.
Vê-se, portanto, pelo âmbito que a pesquisa logrou atingir, que estamos longe de ter esgotado os recursos documentais. Acreditamos que só o acesso mais demorado e direto às fontes orientais, africanas e europeias nos poderia fornecer elementos que completassem o nosso estudo. Assim, não nos surpreenderemos se nós próprios ou outros melhor informados cheguem, no futuro, a retificar inúmeros passos de nossa exposição.
Se, dado o grande e crescente interesse com que o Brasil se volta para a África e o Oriente, conseguirmos algum dia investigar com maiores facilidades os seus arquivos, terá chegado a ocasião de refundir não apenas este trabalho, mas passagens sem conta da história, dos nossos três primeiros séculos.
Reputando ser impossível em nossos dias, com os modernos recursos e exigências científicas, prescindir-se do intercâmbio de consultas, ideias e informações, não deixamos de recorrer ao diálogo com vários cientistas e estabelecer contato com instituições diversas. Assim fizemos, aceitando o apelo à "doutrina de fraternidade entre os historiadores", com que se encerrou a Declaração de Princípios da Comissão de História do II Colóquio de Estudos Luso-Brasileiros.