APÊNDICE 1
Notícia sobre alguns navios de longo curso construídos nos estaleiros baianos.
Segue-se uma sucinta notícia de alguns dos navios de longo curso, que foram construídos nos estaleiros baianos. Mostra, ainda que bastante incompleta, a importância daquele arsenal para a Marinha portuguesa, particularmente nos séculos XVII e XVIII, quando Salvador entrou na linha de produção naval lusitana com ponderável contribuição.
Se balancearmos as necessidades da Marinha portuguesa e o espaço de tempo aqui estudado em relação ao total de navios construídos na Bahia que conseguimos arrolar, chegaremos à conclusão que este representou muito pouco para os índices daqueles. Não obstante, essa diferença se reduzirá consideravelmente se atendermos às restrições administrativas e econômicas que se fizeram sentir durante o período colonial, bem como à concorrência de interesses representados pelos outros estaleiros portugueses, à porfia comercial de diferentes setores de produção e ao grande volume de restauração de embarcações, que ali se fez.
Por outro lado, faz-se mister lembrar ainda que em nossas pesquisas não chegamos a constatar a existência de outro estaleiro do Portugal ultramarino que tivesse fabricado tantos navios destinados à Carreira da Índia, como o da Bahia. No Brasil colonial, o arsenal do Rio, onde realmente foram construídas várias embarcações para a travessia oceânica, e o do Pará (Belém), no qual pelo menos se tem notícia da fabricação da nau "Nossa Senhora de Belém e São José" (1766-1805), que chegou a navegar na Carreira, estão longe de atingir o índice de produção do estaleiro do Salvador. Isto para citarmos apenas dois dos mais importantes. Fora do Brasil, o estaleiro de Goa foi o centro de construção naval portuguesa ultramarina que mais se destacou, graças inclusive à madeira