A Bahia e a carreira da Índia

indiana. Não obstante, não acreditamos que tenha ultrapassado nesse sentido ao arsenal baiano, se bem que tanto no que diz respeito ao Brasil quanto à Índia reconheçamos que muito há ainda a ser pesquisado sobre o assunto. Fundamentamos essa afirmação nos inumeráveis elementos que no correr deste trabalho apontamos como favoráveis à construção naval na Bahia.

O grande inventário de navios portugueses que há anos vem sendo elaborado pelo historiador português, comandante Antônio Marques Esparteiro, ainda inédito, mas cujos originais foram gentilmente oferecidos à nossa consulta pelo seu autor, constituiu uma das fontes principais de nossas pesquisas, como se poderá verificar na indicação bibliográfica que damos de cada navio.

A pobreza de informações que damos sobre cada barco, omitindo mesmo dados de interesse para complementar as hipóteses e conclusões a que se chegou neste estudo, nasceu justamente da carência de elementos que atendessem diretamente o assunto com que lutamos em nossa pesquisa. Na verdade, relativamente pouco ficou documentado a respeito da construção naval no Brasil dos séculos XVI, XVII e XVIII, se considerarmos a sua importância e o que ela efetivamente representou e podia ainda mais ter representado para Portugal.

A documentação encontrada, quase toda oficial, procedente tanto do Reino quanto da Colônia, não adianta muito sobre o assunto, pois versa mais sobre reclamos de providências ou as próprias providências administrativas, particularmente no tocante à carência de verbas para atender as despesas com o arsenal.

Outra justificação que aqui deixamos, e na verdade ela se estende em relação a todo trabalho, é a respeito da confusão entre as designações das embarcações, isto é, se são naus ou fragatas. Embora os dicionários técnico-navais nos esclareçam tratar-se de tipos diferentes de barcos, os documentos da época tratam indiferentemente os navios, ora por nau ora por fragata. Consignamos ambas as denominações quando elas vêm nos manuscritos, sem contudo procurar precisar realmente que tipo de navio era. Aliás, devido muitas vezes aos reparos que sofriam constantemente esses navios ao longo de sua existência, ocorria alterar-se o seu número de peças ou a sua capacidade, chegando a mudar de tipo. Daí, também, a confusão que os documentos fazem.

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