traços culturais em comum, embora a distância geográfica seja imensa e as influências regionais tenham influído.
O ambiente social de um grupo, bem como seu ambiente físico são produto de numerosos fatores históricos e regionais. Isto indica a necessidade de realizar pesquisas com o fito de se conhecer a organização social e as compreensões comuns, bem como as modalidades de comportamento que constituem o ambiente social de uma determinada comunidade. A presente monografia procurou realizar uma sondagem em profundidade esquadrinhando o tecido sociocultural de Piaçabuçu para verificar até onde a saúde e a doença estão entrelaçadas com as crenças e práticas. Por outro lado, procura ser um auxílio na compreensão da comunidade e suas reações ao problema médico ou ao programa de saúde que venha um dia a ser executado nesses ínvios sertões do Brasil.
Dia a dia nossa Pátria necessita mais e mais de médicos capacitados para tal sacerdócio. A nossa população desassistida está a reclamar. A presente pesquisa realizada numa "cidade" nordestina que bem pode tipificar as milhares de povoações do hinterland brasileiro, onde a grande maioria é assim: população desassistida sob todos os aspectos e, acrescente-se, porcentagem elevadíssima de analfabetos. A comunidade estudada — Piaçabuçu — podemos com ela, sem medo de errar, tipificar o que são as nossas cidades e o que é a nossa gente. O que acontece na "cidade" ribeirinha alagoana e a imagem do que há nas outras "cidades" brasileiras, enfim, resíduos de nossa formação etnossociológica.
Ao médico está reservado um papel espinhoso, pois é muito mais difícil esquadrinhar o espirito de uma pessoa doente do que o da sã, daí a necessidade da antropologia para que sua senda seja mais fácil de palmilhar, amenizada.