que acredita e pretende conduzir-se receptivamente, entregando-se aos dados, não é, na realidade, passivo no seu pensamento, pois traz consigo suas categorias e vê através delas o existente. O verdadeiro não se acha na superfície visível.(13) Nota do Autor
Hegel foi adiante, lembrando que no alemão a palavra história reunia o sentido objetivo (geschehen - suceder, acontecer, fazer-se) e o sentido subjetivo (Geschichte - relato do acontecido); significa tanto a res gestas, os fatos e acontecimentos, como a historiam rerum gestarum, a narração histórica. Devemos considerar, escrevia ele, esta união de ambas as acepções como algo mais que uma causalidade externa; significa que a narração histórica aparece simultaneamente com os fatos e acontecimentos históricos. Um íntimo fundamento comum as faz brotar juntas.(14) Nota do Autor
Como se vê, Hegel sustenta que a história primeiro se dedica aos fatos, aos sucessos, aos acontecimentos, e, segundo, às ligações destes sucessos, para depois relatá-los; e, ao fazê-lo, possui suas categorias a priori.
A palavra história(15) Nota do Autor indica, para Hegel, o que aconteceu (o sucesso, o acontecimento) e também o relato do acontecido; ela não é concebida como um passado, mas também como presente. O verdadeiro, diz Hegel, é eterno em si e por si, não é nem o ontem, nem o amanhã, senão pura e simplesmente o presente, no sentido do presente absoluto. Na ideia se conserva eternamente o que parece haver passado. A ideia é presente; o espírito é imortal; nem houve um antes em que não existisse, nem haverá um agora em que não exista; não há passado, nem pode dizer-se que seja, senão que é absolutamente agora. Com isto se diz que o mundo e a forma presentes do espírito e sua atual consciência de si compreendem todas as fases anteriores da história. Estas se desenvolveram em sucessão, independentes, porém o espírito tem sido em si mesmo sempre o que é e a diferença se reduz ao desenvolvimento deste em si mesmo.(16) Nota do Autor
Nestas ideias Hegel desenvolve a tese de que toda história é história presente, tese que seu discípulo Croce retomaria mais tarde; e também fica claro que a colheita dos fatos é seguida pela busca dos laços, isto é, das conexões ou das causas. Mas até agora Hegel não explicou o essencial, isto é, o que é o fato, o ato, o acontecimento ou evento, a coisa histórica, de regra despersonalizada, ao contrário de feitos ou façanhas.(17) Nota do Autor Estava ainda contida na sua exposição a