A pesquisa histórica no Brasil

ideia de que a história é um relato in statu nascendi e não puramente post mortem, restauradora do seu sentido grego original, mais tarde debatida por Karl Mannheim.(18) Nota do Autor

Ao tratar das distintas maneiras de considerar a história, diz Hegel, surge a palavra chave que caracteriza o fato histórico. "Os discursos são atos entre os homens e atos muito especialmente eficazes. Por meio dos discursos, os homens são impelidos à ação".(19) Nota do Autor A eficácia é o elemento distintivo que singulariza o fato histórico. Esta mesma ideia é retomada por W. Dilthey (1833-1911), H. Rickert (1863-1936) e E. Meyer (1855-1930).

Dilthey, no seu El Mundo Histórico,(20) Nota do Autor escreveu que "todo o nexo efetivo da época se acha determinado de modo imanente pelo nexo da vida, pelo mundo anímico, pela formação de valores e ideias de fim do mesmo. É história toda a ação que interfere neste nexo; este determina o horizonte da época e, em última análise, o significado de cada parte em seu sistema. É a centralização das épocas em si mesmas, que resolve o problema do significado e sentido da história. Cada época contém sua ligação com a anterior, contém a repercussão, a ação persistente das forças que nela se desenvolveram, e, ao mesmo tempo, contém também o afã criador que prepara a que se segue. Assim como surgiu das insuficiências da anterior, leva com ela os limites, as tensões, os sofrimentos que preparam a seguinte. Como toda forma de vida histórica é finita, tem que conter uma mistura de força alegre e de pressão, de expansão da existência e de redução da vida, de satisfação e necessidade. O ponto culminante dos efeitos da duração fundamental é breve".

Para Rickert, que desenvolveu os princípios de Dilthey, o fato histórico é singular, individual, particular e irreversível, isto é, ele é único, distingue-se dos demais, não se repete e é selecionado pelo valor cultural que possui.(21) Nota do Autor A história sempre relaciona a realidade com os valores.

Eduard Meyer, mais historiador que filósofo, respondendo à questão fundamental de quais os sucessos que se podem considerar históricos, escrevia que "é histórico aquilo que produz ou produziu efeitos". E quando o historiador está diante de uma massa de efeitos, a pergunta histórica que se deve formular é: o que produziu esses efeitos? O que reconhecemos como fundamento deles é ou será um

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