A pesquisa histórica no Brasil

e depois nomear comissões que examinassem os documentos. Estas apresentariam relatórios sobre a autenticidade, importância, valor material e avaliariam as despesas para compra ou cópia. Este sistema seria aplicado à metrópole e às províncias. Aconselhava, depois, as excursões científicas para estudo dos monumentos históricos e conhecimento dos lugares em que se haviam passado cenas controvertidas pelos cronistas da época. Finalmente, Silva Pontes propõe que fossem redigidas para cada província regras especiais, de acordo com os conhecimentos a adquirir, as questões e os problemas. Em relação à pesquisa no estrangeiro propunha que se procurasse a colaboração de sábios estrangeiros e se mantivesse a correspondência com sociedades científicas, solicitando o auxílio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e aceitando a colaboração dos diplomatas. Essa ideia, que aparece em todos os nossos pioneiros da metodologia da pesquisa histórica no estrangeiro, é propugnada, nos Estados Unidos, por Franklin Jameson.(11) Nota do Autor

2. Os Institutos históricos estaduais

Mas não é só o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro que nasce com esta inspiração de conquistar os documentos e de estabelecer um método lógico e racional para a pesquisa no Brasil e no estrangeiro. Todos os Institutos Históricos estaduais seguem a mesma diretriz e colocam nos seus Estatutos a obrigação de colher os documentos históricos. Alguns de seus sócios formulam planos de investigação que merecem, ainda hoje, atenta leitura.(12) Nota do Autor

É o caso de Raposo de Almeida, que representa, na historiografia estadual, o mesmo papel de Januário da Cunha Barbosa, o primeiro planificador da pesquisa histórica. Ele atende, com a sua Breve Memória,(13) Nota do Autor que atesta um melhor preparo que todos os demais trabalhos anteriores, ao apelo de Silva Pontes, de organizar para as províncias um sistema de colheita sistemática de suas fontes primordiais. Raposo de Almeida quer encontrar "a melhor arte de buscar, achar, criticar e organizar os deficientes elementos da história, que é uma ciência, assim como o modo de escrevê-la é uma arte". Depois de estabelecer as fontes primordiais da história, procura mostrar como é possível explorá-las em relação à história pernambucana.

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