A pesquisa histórica no Brasil

Propõe se colecionem todos os mapas, que se cataloguem os escritos. É o primeiro a falar em fontes primordiais, a reconhecer o valor documental de monumentos e tradições e a fazer o legítimo paralelo entre Alexandre Herculano e Varnhagen, mostrando que ambos são frutos do incansável trabalho dos primeiros pesquisadores da Academia Real das Ciências e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Do mesmo modo, o futuro historiador pernambucano só há de aparecer quando estiverem reunidos e criticados os materiais que lhe hão de servir. Este trabalho, assinado aos 26 de junho de 1868, é um marco na evolução da metodologia e da pesquisa histórica brasileira. O estudioso pernambucano, que há dez anos colhia as fontes para a sua História Eclesiástica Brasileira, é o primeiro teórico de visão exata sobre as necessidades e os objetivos da pesquisa histórica.

Deste modo, coube ao Instituto Histórico Brasileiro e aos Institutos Históricos estaduais e aos seus membros iniciar a pesquisa histórica e lançar os fundamentos de um sistema de investigação.

3. A. Meneses Vasconcelos de Drummond

Ao lado da iniciativa de caráter público, promovida pelos Institutos Históricos, aparecem as colheitas individuais, como são os casos de Meneses Vasconcelos de Drummond e de Francisco Adolfo de Varnhagen. É praticamente impossível tratar da evolução da pesquisa histórica de iniciativa individual e neste sumário só faremos raras exceções, entre as quais incluímos as pesquisas de Meneses Drummond e Varnhagen, ambos relacionados com o Instituto Histórico desde sua fundação, seus sócios e interessados no seu desenvolvimento. Coube ao primeiro sugerir ao Instituto o aproveitamento de Varnhagen no seu quadro social e especialmente no corpo diplomático brasileiro para fins de pesquisa, em substituição a José Maria do Amaral.

Antônio Meneses Vasconcelos de Drummond (1794-1865) foi um dos poucos diplomatas que atendeu aos apelos do Instituto Histórico de colher documentos brasileiros na Europa. Na sua correspondência com o Instituto, lida nas sessões e publicada na Revista, vê-se o interesse que dava à história e à pesquisa. Ofereceu ao Instituto inúmeras cópias, colecionou ainda maior número e doou a Melo Morais grande parte dos originais e cópias que adquiriu e extratou na Europa.(14) Nota do Autor Esta coleção consta não só de segundas vias de despachos e minutas de ofícios e notas, cujos originais devem fazer parte do Arquivo do Ministério das Relações Exteriores,

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