A pesquisa histórica no Brasil

Meneses de Drummond, como diplomata, em diversos estados da Europa, colheu quantos documentos históricos encontrou relativos ao Brasil e formou escolhido gabinete de manuscritos dos mais interessantes à história pátria". Foi com o extraordinário arquivo de peças colhidas na Europa por Vasconcelos de Drummond que conseguiu Melo Morais formar a sua coleção, destruída em parte por um incêndio.(18) Nota do Autor Em 1878 vendeu a outra parte deste arquivo à Biblioteca Nacional.(19) Nota do Autor

Já em 1839, Meneses Vasconcelos de Drummond declarava possuir inúmeros documentos históricos. "As ocupações do meu lugar não me deixam suficiente tempo livre para me empregar, como desejava, com mais eficácia no interesse da História do nosso país; farei todavia quanto de mim depender, para de alguma forma corresponder aos meus desejos. Possuo muitos papéis e cartas do Brasil, e deles irei extraindo o que for convindo mandar para ser examinado, cotejado e publicado pelo nosso Instituto".(20) Nota do Autor Ele é, assim, o primeiro investigador particular que, por sua própria iniciativa, pesquisa e colhe nos arquivos portugueses as fontes de nossa história.

De Vasconcelos de Drummond partem, como seus discípulos firmados pela sua simpatia e generosidade, dois historiadores tão diferentes e tão desiguais como o foram Melo Morais, que recebe o seu patrimônio documental, a que junta peças de arquivos e cartórios brasileiros, e Varnhagen, que estimulado pelo seu interesse começa a investigar os documentos dos arquivos portugueses. Melo Morais é um cronista despreparado para tarefas tão importantes; Varnhagen torna-se, com o treino contínuo e a preparação cuidada, o maior pesquisador brasileiro do século XIX. De Vasconcelos de Drummond vem-lhe o primeiro apoio, bem como a proposta para membro do Instituto e o ser substituto de J. M. do Amaral como pesquisador público. A princípio ele é um simples investigador por conta própria. É por intermédio de Drummond que Varnhagen oferece ao Instituto Histórico, em 1840, um exemplar de suas Reflexões Críticas e de sua edição do Diário da Navegação de Pero Lopes de Sousa. "O sr. Varnhagen ocupa-se ainda em procurar outros documentos da mesma natureza e igualmente interessantes à nossa história. Devemos esperar de seu talento e grande atividade que continue a prestar ao país do seu nascimento importantes serviços deste gênero".(21) Nota do Autor

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