repercussão de Eça no Brasil, notadamente em Pernambuco, num período agudo da nossa história nativista e pré-republicana.
O cenário mental das ideias permitiu ao incansável pesquisador uma visão de conjunto dos problemas que agitaram a Província, da vida econômica, social, política e religiosa ligada à época que estuda, e que constitui, no seu trabalho, vigorosa informação do ambiente em que se desenrolaram as lutas liberais. Nem faltam figuras influentes que centralizaram ideias e programas, muitas das quais fixadas em perfis incisivos, em que, como no caso de Dom Vital, não devemos procurar um julgamento, mas a conceituação de valores com que os homens adquirem, no plano histórico-social, a sua definida e marcante personalidade.
Do ponto de vista literário, que é o que mais de perto interessa à Academia Pernambucana de Letras, o livro de Paulo Cavalcanti, sobre ser uma contribuição intelectual da mais alta valia, confirma as qualidades de escritor reveladas em ensaios outros, inclusive a propósito de Eça de Queiroz, de cuja obra é um dos mais completos exegetas.
Não hesito em dizer que esse seu novo ensaio, pelo caráter excepcional de pesquisa e pelo estudo das situações políticas e culturais da Província, numa das suas fases de mais intensa efervescência mental, honra a inteligência pernambucana, e se destina à melhor ressonância no Brasil e em Portugal.
O historiador e o crítico de Eça de Queiroz não poderão ignorar o livro de Paulo Cavalcanti, que focaliza uma nova maneira eciana de condução dos acontecimentos: a participação em agitações políticas, menos, embora, pelo gosto de acirrar os ânimos, do que, segundo me parece, pela força mesma das circunstâncias. Atitude de qualquer maneira coerente, porque, no fundo, estava a "santa ironia" como instrumento da crítica social em que As