Eça de Queirós, agitador no Brasil

"técnicas, exercendo livremente sobre a palpitante realidade do mundo vivo as suas pessoais faculdades de analisar e de sentir"(3). Nota do Autor

Para abrir-lhe caminho às expansões e à influência, encontraria ele, de pouco, uma geração enfronhada nos debates científicos, na crítica social, nas discussões de ordem filosófica - como Tobias Barreto, José Veríssimo, Sílvio, Aluízio e Artur de Azevedo, Paula Ney, Celso de Magalhães, Araripe Júnior, Olavo Bilac, Raimundo Correia, Emílio de Menezes, Raul Pompéia, Capistrano de Abreu, Machado de Assis, Eduardo Prado, Joaquim Nabuco, Lafaiete Rodrigues Pereira, Gaspar Silveira Martins, Domício da Gama, Oliveira Lima, João Ribeiro, Ferreira Viana, José de Alencar, Goulart de Andrade polemistas, historiadores, poetas, romancistas, teatrólogos, parlamentares, com alguns dos quais travaria Eça, depois, amizade pessoal.

Sobre muitos deles sua obra se fez notada, como elemento de renovação da linguagem e do estilo, abrandando as asperezas do idioma, dando plasticidade ao raciocínio, amaneirando os sentimentos, para extrair novos efeitos de expressão. Se não é justo apontar um livro brasileiro onde essas influências estiveram presentes, na contextura do enredo ou nos ademanes da forma - aí estão, evidentes e contínuas, desde aquela época, as marcas de Eça de Queiroz na literatura brasileira, a sua força extraordinária de arrancar da língua, pomposa e enrijecida, os artifícios mais engenhosos; aí estão os segredos iniludíveis de seu modo peculiar de escrever, nos melhores romancistas brasileiros de hoje, no jornalismo de crítica, no teatro, na conferência, no discurso parlamentar, na poesia, nos arrazoados forenses, na sutileza do humor, no traço da anedota, no comportamento

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