"geral de exportação; o abaixamento da onerosíssima siza da venda de imóveis, imposto quase proibitivo; a economia nas despesas mormente nos orçamentos militares, em proveito dos encargos do resgate de cativos e do ensino público"(4). Nota do Autor
A resposta do Partido Conservador não podia limitar-se, diante disso, ao reconhecimento das excelências do regime, principalmente à ideia de manutenção do trabalho escravo, já abolido por quase todas as nações civilizadas do mundo. Desde 1866, Pedro II tinha em suas mãos os anteprojetos de lei elaborados por Pimenta Bueno, adotando formas graduais de extinção da escravatura. Mas o fato é que, nos círculos dominantes, não havia boa vontade para esses planos. Já a abolição do tráfico de negros, trazidos da África para o Brasil, decretada em 1850, se originara mais do temor de um conflito internacional com a Inglaterra, que deliberara, ousadamente, apresar por sua esquadra todo e qualquer "navio negreiro" encontrado nos mares, do que mesmo pela consideração política e humana do problema, expresso em termos de liberdade.
O comportamento da maioria das forças sociais que apoiavam o Trono podia traduzir-se nas expressões do Marquês de Olinda, pronunciadas diante do Conselho de Estado: "Uma só palavra que deixe perceber a idéia de emancipação, por mais adornada que ela seja, abre a porta a milhares de desgraças"(5). Nota do Autor
O argumento de que, recém-saído de uma guerra que durara cinco anos, o Império não estava em condições de enfrentar a questão do abolicionismo, em virtude do empobrecimento de suas finanças e da crise político-partidária existente, não passava de pretexto para justificar, na boca dos conservadores escravistas, a continuidade do