Rio Branco (o Barão do Rio Branco). Biografia pessoal e história política

comecei a sentir-me como que acanhado diante da grandeza de Rio-Branco, mas sem ânimo para debater as complexas e especializadas questões de que ele se ocupara. Cheguei a desistir do trabalho, a abandoná-lo durante vários meses. A ele voltei - atendendo sobretudo aos apelos do Sr. Luís Camilo de Oliveira Neto, então Diretor do Serviço de Documentação, Arquivo e Biblioteca do Itamarati, e do cônsul Heraldo Pacheco de Oliveira, do Arquivo Histórico - quando me foi lembrado que, se faltasse ao compromisso, deixaria de ser publicada, no centenário do Barão do Rio-Branco, uma biografia que se destinava a torná-lo mais conhecido e compreendido. Não haveria mais tempo para que outro escritor - e cheguei a lembrar vários deles - pudesse dominar a enorme documentação com a qual eu vinha trabalhando desde que recebera o convite. E este foi o argumento que me decidiu a concluir os estudos e escrever o livro. A isto me dediquei, inteiramente, durante o último ano. Mesmo assim, para uma obra como esta, o prazo era bem pequeno. Três anos - os pedaços de tempo em três anos que um escritor no Brasil pode dedicar às tarefas intelectuais - constituem um curto período para a construção e a redação da biografia de uma figura como a do Barão do Rio-Branco. Lembrava-nos ainda há pouco o Sr. João Mangabeira que Joaquim Nabuco precisou de cinco anos para escrever o primeiro volume de Um Estadista do Império, dispondo dos arquivos do seu pai em casa e do conhecimento pessoal da época. Deste modo, só posso, assim, reivindicar o reconhecimento de um esforço e de uma dedicação sem limites, durante três anos, ao serviço desta biografia.

Em quase tudo o que diz respeito ao Barão do Rio-Branco esta obra foi construída com o material manuscrito e inédito dos arquivos. O que se encontra aqui referido ou afirmado provém de pesquisas diretas nas fontes originais. Um trabalho de primeira mão, feito sobre documentos, que não copia nem repete quaisquer outros impressos, aliás, quase todos de caráter impressionista. Mesmo o que já havia sido escrito sobre Rio-Branco teve o Autor o cuidado de examinar com a documentação de que dispunha. Aliás, são muitos os erros de datas e fatos que andam espalhados em folhetos e ensaios, alguns deles excelentes e brilhantes, sem dúvida. Uma grande parte do arquivo de Rio-Branco no Itamarati foi agora utilizada pela primeira vez: a sua correspondência pessoal, política e diplomática,

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