Rio Branco (o Barão do Rio Branco). Biografia pessoal e história política

vice-consulados sobretudo no tocante aos navios entrados e aos nossos produtos importados neste distrito.

O vice-cônsul em Dublin, por exemplo, obrigou-me por várias vezes a chamar a sua atenção para os arts. 68, 69 e 70 do Regulamento e quando lhe mostrei, à vista dos mapas Ultimamente publicados pelo Board of Trade, que havia deixado de remeter-me informações de que necessito para os relatórios que devo dirigir a V. E., desculpou-se dizendo que precisava de uma lista dos portos do Brasil para poder colher no Bill of Entry os dados relativos à importação. Já lhe enviei essa lista, em ofício n. 24, de 18 do corrente e para que V. E. veja que não me descuidei de chamá-lo ao cumprimento dos seus deveres junto aqui cópia dos ofícios que lhe dirigi em 12 de junho e 13 de outubro.

Tenho encontrado grande dificuldade em obter de alguns dos vice-cônsules informações trimestrais exatas; a todos mostrei em circular quais os pontos sobre que essas informações devem versar e a que fontes devem eles recorrer. O vice-cônsul em Plymouth, apesar de não ter trabalho algum, pois que no decurso deste ano só teve um certificado a passar, lembrou-se até de pedir-me um secretário pago pelo governo.

O exame dos mapas do Board of Trade mostrou-me também que alguns pontos deste distrito, como Trom, Runcorn, Barnstayle e Exeter, onde não temos agentes consulares, mantiveram relações de comércio com o Império no ano de 1876. Julguei do meu dever incluir no relatório anual os algarismos de importação e exportação desses e de outros pontos e para esse fim dirigi-me a todos os inspetores de alfândega, pedindo os esclarecimentos de que careço e que só agora me vão chegando.

Creio que as razões que aponto bastarão para que V. E. se digne de desculpar a pequena demora que haverá na remessa do meu primeiro relatório anual, em que tenciono apresentar uma revista dos seis últimos anos e reunir informações rigorosamente exatas.

Tenho a honra de renovar a V. E. os protestos do meu mais profundo respeito e distinta consideração.

José Maria da Silva Paranhos"

Carta a Frei Fidélis D'Avola

"Reverendo Frei Fidélis D'Avola

Frei Luís Piazza teve a bondade de entregar-me a carta de V. R. de 5 do corrente, e de declarar-me que fora ela escrita em conseqüência de um artigo em que V. R. foi censurado por haver absolvido meu Pai sem que este houvesse abjurado a Maçonaria.

Sinto profundamente que neste momento tão doloroso para mim se levante a respeito de meu prezado Pai, cuja memória será empenho de toda minha vida zelar e honrar, questão semelhante à que se deu por ocasião do passamento do ilustre general Ozório. Eu receava que o zelo religioso se acercasse do leito de meu Pai para induzi-lo, enquanto

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