sua Presidência, a honra da sua estima e repetir-lhe a expressão do meu pesar por não poder ser, como tanto desejaria, seu Ministro.
Adeus, meu caro Abranches. Mande-me o jornal que publicou o seu discurso na inauguração do meu busto na Faculdade, honra que muito me penhorou. Só vi a esse respeito uma notícia de poucas linhas, com simples menção do seu nome e do Dr. Bierrenbach.
Abraça-o afetuosamente o companheiro de viagem na volta de Santa Izabel, e amigo invariável,
Rio-Branco."
Discurso no Clube Naval
(1.º de dezembro de 1902)
Desde 1895 tenho tido a fortuna e a grande honra de em várias ocasiões, receber dos meus compatriotas, sem distinção de partidos, testemunhos de benevolência e de liberal apreço que muito me comoveram e que saberei guardar religiosamente na memória e no coração. Recebidas no retiro do meu então remoto gabinete de trabalho, nenhuma dessas demonstrações, que tão profundamente penhoraram a minha gratidão, me abalou e comoveu mais do que esta que recebo dos poderes públicos, da nação a que me ufano de pertencer, do povo fluminense, da mocidade das escolas, hoje que, depois de vinte e seis anos de vida no estrangeiro, revejo de novo, e cheio de prazer, a terra e cidade do meu nascimento, acudindo ao chamado do primeiro magistrado da Nação.
Não posso encontrar expressões capazes de bem significar toda a extensão do meu reconhecimento, mas asseguro que posso compreender bem toda a grandeza da dívida que tenho contraído para com o país, todo o peso dos deveres que me impõe o generoso afeto dos meus concidadãos. Se nesses últimos anos me foi dada a felicidade de poder prestar serviços de alguma relevância que a dignidade do Congresso Federal e o ardente patriotismo do povo brasileiro tanto têm encarecido, devo confessar que só os pude prestar porque defendia causas que não eram de uma parcialidade política, mas sim da nação inteira. Tôda a minha força, toda a energia e atividade que pude desenvolver nas minhas últimas missões, resultaram não s6 da minha convicção no nosso bom direito, mas principalmente da circunstância de que eu me sentia apoiado por todo o povo brasileiro, inteiramente identificado com ele.
Desde 1876 desprendi-me da nossa política interna com o propósito de não mais voltar a ela e de me consagrar exclusivamente a assuntos nacionais, porque assim o patriotismo daria forças à minha fraqueza pessoal. Aceitando depois de longas hesitações e reiterados pedidos de dispensa e honroso pôsto em que entendeu dever colocar-me o ilustre Sr. Presidente da República, em nada modifiquei aquele meu propósito. A pasta das Relações Exteriores, deu-me S. Excia., não é e não deve ser uma pasta de política interna. Obedeci ao seu apelo como o soldado a quem o chefe mostra o caminho do dever. Não venho servir a um