Teoria da História do Brasil. Introdução metodológica - T1

seu presente. O historiador deve aprender a viver em diferentes mundos. As significações vitais passadas anunciam seus títulos; o presente coloca-se em posição de fazer valer os seus próprios valores, pois o que vive tem sempre razão. O historiador está essencialmente ligado ao ponto de vista contemporâneo(2). Nota do Autor

Daí a importância da história para a vida e sua significação para o presente. O quadro da história será tanto mais vivo quanto mais próxima for a problemática que dele derive. A história, diz Ritter, não deve ser estranha à vida. Ela seria uma obra essencialmente factual, acumulação morta de matérias, despida de espírito, se permanecesse indiferente aos impulsos e estímulos da vida(3). Nota do Autor Nem poderia ser de outro modo.

A historiografia é verdadeiramente um espelho onde se refletem os problemas da própria nação e da humanidade. Neste sentido, as revisões históricas não nascem das noções históricas concretas, mas da análise e da crítica dos elementos ideológicos determinativos. É um realismo ingênuo acreditar que se possa conhecer o objeto histórico em si próprio, como numa fotografia. A realidade histórica é uma pintura que depende da perspectiva do historiador. Mas "o historiador só pode ver o fato através de si mesmo", como homem do seu século, comparando com o tempo em que vive. Sem fatos não há história, mas sem historiador os fatos não têm sentido, e como o historiador é homem de certa época, e muda, com ele muda a história(4). Nota do Autor

Deste modo, um problema histórico é sempre uma questão levantada pelo presente em relação ao passado. Consequentemente, o interesse do interrogador, o princípio da seleção, a análise final, o sistema de valores e

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