nos conduz a confundir perigosamente a atual distribuição do poder e das forças que agem no mundo em que vivemos. Além disso, ela inocula um falso senso de continuidade, contra o qual a experiência se rebela, e obscurece o fato de que estamos vivendo num mundo inteiramente diferente, em quase todas as suas condições básicas, daquele em que Bismarck, por exemplo, se locomoveu. As questões que devemos levantar hoje mudaram e o passado se apresenta em forma inteiramente diferente daquela que víamos antes de 1939(8). Nota do Autor
Continuar ignorando que a Rússia é hoje um sexto da superfície terrestre e que é incontestavelmente uma das duas maiores forças políticas do mundo; ignorar o nascimento da China Comunista, da liberdade e independência da Índia, da libertação nacional de várias antigas colônias europeias do Oriente, para continuar focalizando especialmente o poder da Europa, a europeização do mundo, significa desservir a História e o presente.
As questões que perguntamos ao passado mudaram, assim como mudaram as condições do mundo. Toda época exige sua própria visão da história. Hoje, precisamos de uma nova visão do mundo, adaptada às novas perspectivas. Se devemos restaurar a conexão entre o passado e o presente e tornar a história uma força viva e não um peso morto de condensada erudição, a primeira tarefa consiste numa nova visão interpretativa do escrito histórico, com todas as suas consequências pedagógicas. "É fácil para o historiador ser sábio depois do acontecimento; e terrivelmente difícil sê-lo na sua própria época; nós podemos, porém, dizer, com toda a segurança, que quanto mais universal for seu ponto de vista e quanto mais ele se liberte das preocupações nacionais e regionais mais próximo estará de uma concepção do passado que seja válida para o presente.(9) Nota do Autor