Teoria da História do Brasil. Introdução metodológica - T1

dão aos problemas da teoria e da filosofia um lugar de destaque. A obra de Bernheim sofreu em suas várias edições uma constante renovação. A princípio, pouca atenção foi dada às questões filosóficas e teóricas, às relações da história com as outras disciplinas sociais. Só nas últimas edições, especialmente na sexta, é que o autor dedicou-lhes uma atenção mais sistemática e mais ampla, sendo, ainda assim, as relações da história com as ciências sociais muito superficialmente tratadas. O pequeno mas substancioso livro de Hockett obedece ao sistema de ensino da matéria nos Estados Unidos, ao tempo em que foi escrito: heurística, crítica e composição. Mas a parte heurística é prática, objetiva e assume aspecto puramente bibliográfico e do que eles chamam de detective problems, ou sejam verdadeiras charadas históricas. O livro de F. M. Fling, sobre o modo de escrever a história, muito usado nos Estados Unidos, é uma síntese inteiramente obediente ao plano de Bernheim.

O projeto que traçamos inicialmente tinha por base estas obras clássicas. Naturalmente, novos estudos citados no correr destas páginas guiaram-nos no desenvolvimento da matéria e obrigaram-nos a inumeráveis modificações. Reconhecemos a deficiência de alguns capítulos, e para isto pedimos desde já aos leitores as nossas desculpas. O capítulo sobre "Os vários tipos de história", sugerido pelo curso do Prof. Charles Cole, da Universidade de Colúmbia, é quase que simplesmente bibliográfico, e, ainda assim, exemplificativo e não exaustivo. Ele poderia ou deveria constituir uma parte da historiografia que estamos preparando, mas era necessário metodologicamente, ainda assim, discutir alguns problemas relativos à divisão da matéria histórica, como seguimento lógico ao capítulo sobre a periodização. Ele é omisso e falho, ainda como tentativa e esboço. O mesmo se pode dizer da parte relativa ao "Desenvolvimento da ideia de história", quadro sumaríssimo, que serve apenas para um contato inicial e rápido com a ideia de história, matéria considerada indispensável pelos tratadistas numa metodologia da história. O pequeno trecho sobre os diplomatas-historiadores que aparece no capítulo sobre a "Significação dos estudos históricos" é simplesmente evocativo, num livro nascido, de certo modo, no Itamarati. Na historiografia que estamos escrevendo a matéria será desenvolvida. Queremos também acentuar que não desconhecemos a importância da iconografia como disciplina auxiliar da história, mas foi-nos impossível preparar, nesta oportunidade, um capítulo menos incompleto. Estudamos a possibilidade de incluir, na parte referente às Fontes, um exame crítico e bibliográfico das fontes da história do Brasil, tomando como base a periodização feita por Capistrano de Abreu. Preferimos deixar essa tarefa para a obra sobre A Evolução da Pesquisa no Brasil, que também temos em preparo. Finalmente, o capítulo sobre "Crítica

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