Introdução ao estudo da História do Brasil

2. A primeira observação que deve ser feita é relativa à elaboração científica dos ensinamentos. Observar que os fatos, antes de serem incorporados aos compêndios, foram objeto de uma análise. Os alunos de cursos primário e ginasial limitam-se a saber que os compêndios são feitos através de consultas a tratados. Será conveniente que, ao entrarem no segundo ciclo, já venham a travar conhecimento de como se fazem os tratados, como se processa o trabalho do pesquisador e tenham uma noção do que são as fontes da história(7)Nota do Autor.

Testemunho

3. A respeito do testemunho, primeira fonte da história, será interessante provocar uma experiência: um depoimento pessoal acerca de um incidente próximo, para focalizar o grande manancial da ciência histórica. Se houver dois testemunhos, e forem contraditórios, é o caso de tirar proveito para mostrar que cabe precisamente ao historiador valer-se de fontes diversas e, muitas vezes divergentes, para criticá-las e elaborar com elas uma versão ou uma conclusão contrasteada com elementos fornecidos pela ciência da história. Poder-se-á chegar a uma conclusão negativa e consignar-se a impossibilidade de um resultado positivo.

Os debates sob a orientação do professor, discreta mas eficaz, terão a vantagem de habituar os alunos à discussão ordenada. Ainda que não seja possível empregar os rígidos dispositivos parlamentares, habituam os alunos a exprimirem-se com clareza e método, ao mesmo tempo a moderarem o temperamento, desenvolvendo o espírito de argumentação. Em regra o debate bem orientado "aguça-lhes a inteligência, a energia mental e o esforço despendido nunca é desperdiçado. A classe permanece em geral extremamente atenta durante um debate ordeiro. Até os mais tardos ficam alerta e ardendo por colaborar no campo da destreza"(8)Nota do Autor

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