Jean-Baptiste Debret

pormenorizadamente do assunto, com amor e prodigiosa erudição, elogioso até a inimigos de sua família: "Em 1806, deixando a história antiga pela moderna, expõe imenso quadro (3,30 X 5,00m), mais tarde colocado no Museu de Versalhes, que lhe valeu enormes elogios:

Napoleão prestando homenagens à bravura infeliz.

Ficou o imperador sobremaneira lisonjeado com esta composição, exprimindo ao pintor quanto a apreciara... Em 1810, por ocasião do julgamento dos prêmios decenais, destinados a recompensar as melhores produções de arte, obteve a Homenagem à bravura infeliz menção honrosa do Institut de France".

Constantemente ocupado pelas encomendas do governo, expôs Debret em 1808, sempre na mesma tecla, Napoleão em Tilsit condecorando com a Legião de Honra um bravo do Exército Russo, quadro em que, segundo F. Benoit, copiou os cavalos do Quirinal, o que lhe valeu os reparos da crítica. Em 1810, Uma alocução de Napoleão aos bávaros em Abensberg; em 1812, A primeira distribuição das condecorações da Legião de Honra na Igreja dos Inválidos e A entrevista de Napoleão com o Príncipe Primaz em Aschaffenburg.

Debret, nascido em Paris a 18 de abril de 1768, era filho de amanuense do Parlamento, cargo mediano, mas para muitos até invejável, aceito pelo titular tão só como injunção do primum vivere, pois preferia de muito dedicar-se à história natural. O jovem Jean-Baptiste estudou no liceu Louis le Grand, provavelmente para seguir carreira semelhante à paterna. Influências de próximos desviaram-no em direção oposta. Parente do célebre pintor François Boucher, dos mais característicos do período barroco, ouvia frequentemente em casa conversas a respeito da reputação do dito, aureolado pela realeza e enriquecido em consequência. Outro primo, este de maior e direto convívio pela idade, o não menos famoso David (diferenciavam-se, Debret, David e Boucher, de vários anos entre si), exerceria ação muito mais pronunciada sobre o moço candidato a pintor.

O absorvente primo dominava por completo a época. Apesar de produto da generosidade monárquica e do meio formado à roda da realeza, adotou David exaltados princípios revolucionários, votou na Convenção a morte de Luís XVI, tornou-se íntimo de Robespierre e retratista de Marat assassinado na banheira, com a mesma desenvoltura com que, mudados os tempos, faria retratos de Napoleão, Pio VII e de grão-senhores poloneses. Com igual habilidade

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