Jean-Baptiste Debret

en a été nommé le Directeur... plusieurs personnes ont dei lui en savoir un gré infini de leur nomination", que seria o caso de Debret, "et d'autres se consoler de n'y avoir pas été agrégées", ou seja ele, Hipólito, preterido no cargo de secretário por Dillon, simples comerciante.

O deplorável episódio, em que refletiam as paixões políticas da época, era fruto da presença de dois oficiais do mesmo ofício na empresa em que bastaria um. Dificilmente se conformaria Taunay, pintor consagrado, "membre de l'institut", presenciar o destaque de confrade no íntimo tido como inferior em talento e possibilidades de realização. As encomendas recebidas pelo concorrente logo ao chegar no Rio lhe deviam parecer vexatórias, fato doloroso para quem se desfizera da aprazível chácara de Montmorency, nas vizinhanças de Paris, refúgio durante os desmandos do Terror, para se estabelecer com toda a família além-oceano. É admissível que sob o império da contrariedade se tenha excedido em amargas recriminações, e, à vista do perigo do malogro da missão, procurasse salvá-la com o oferecimento que apresentou de boa-fé ao embaixador. O proceder natural em quem alimentava firme propósito de se expatriar, fora empeçonhado por alguma alma caridosa ao transmitir pormenores a Debret e Lebreton. Pode-se também supor que a origem do incidente e a sua agravação partisse de manejos do tal personagem presente no Rio de Janeiro para maior castigo dos missionários.

O cônsul da França, Maler, furioso legitimista, já antes da chegada dos patrícios clamava contra sua vinda. Mais virulento ainda se mostrou ao receber notícias da missão em andamento em Paris e quais os componentes. Daí por diante, empenhou-se por todos os meios para impedi-la e, depois de constituída, repeli-la do Brasil. Vangloriava-se, a propósito, ter tido longa entrevista com D. João VI, sujeita a dúvidas, principalmente quanto à "longa", pois, gascão agitado, exaltado e exagerado, dizia possuir prestígio junto ao governo luso, tão só existente em suas afirmações. Alardeava, nessa altura, mostrar o monarca interesse em obter informes sobre os artistas e que ele, Maler, aguardava atento o procedimento dos mesmos para se definir a seu respeito, como não tardou a proceder da pior e mais absurda maneira. Tanto na ocasião se agitou que pôde impressionar desfavoravelmente elementos do governo acerca dos missionários, apresentados como perigosos agitadores. A campanha difamatória assumiu - graças à inferioridade do meio e mais adversas circunstâncias - proporções desmedidas em vias de desvirtuar a tentativa antes que no Rio

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