Entre as lendas indígenas figura esta citada e descrita por Couto de Magalhães (31)Nota do Autor, que merece menção. É denominada —Mãe Pituna Oiuquan Ãna(como a noite apareceu) da língua Tupi viva, ou Nhehengatú. É semelhante à do pecado original por causa do fruto proibido.
Era no princípio do mundo, em que só havia dia, todos falavam, e não existiam animais.
A filha do Cobra Grande tinha se casado, e não queria dormir com o noivo por não haver noite.
Propôs-lhe que mandasse buscar a noite em mão do pai, que a possuía. Os criados do noivo foram buscar em casa do sogro um caroço de tucumã. Ele o entregou, e proibiu-lhes que o abrissem. A curiosidade perdeu-os. Os canoeiros em caminho abriram o caroço de tucumã, e fez-se imediatamente a noite, e tudo se transformou, principiando por eles, que tornaram em macacos.
O pescador, que vagava em sua canoa no rio, transformou-se em um pato; de sua cabeça nasceram a cabeça e bico do pato, da canoa o corpo da ave, e dos remos as pernas.
A noção do dilúvio existe entre os Mesayas, que são os do Japurá. As águas cobriram a