fazer as pás dos remos, porque são muito persentidos. A estas horas e em semelhantes lugares estão eles comendo as sobreditas gramas, ora com a cabeça somente de fora, ora com a maior parte do dorso, conforme a situação, e descobrimento do corpo que mais ajeito lhes fica. É preciso avançar sobre eles no silêncio possível, até chegar-se a distância de os arpoar com sucesso. A mais bem-sucedida arpoadela é a do toutiço e colo superior.
"Quando se não encontram pelas beiradas dos rios, corta-se uma grande touça de grama, e entre ela se deixa ir a canoa, pela correnteza abaixo, até virem comer na touça. É experiência esta quotidianamente autorizada pelos bons sucessos dos práticos. Sucede outras vezes estar o Peixe-boi comendo no fundo (o que se conhece pelos movimentos da grama à superfície da água) e nesse caso é preciso tocar-lhe o dorso com alguma perneira da mesma grama, em ordem a que ele, tão pressentido como é, suba atemorizado para a superfície da água. Há certos lugares nos lagos, em que eles costumam boiar, brincando uns com os outros, e em que os arpoadores fazem as suas esperas. Também se praticam as tapagens, que a não encher o rio repentinamente, e fora de tempo não deixam de ser lucrativas para seus donos, mas a sobrevirem as enchentes inesperadas, todo o trabalho se frustra, porque o peixe monta acima delas, e assim se retira.
"Arpoado que seja, largam-lhe a arpoeira, pela qual vai puxando, e a canoa assim puxada, por estar preso a ela o cabo, o vai também seguindo, enquanto se não sangra de todo. Tanto que desfalece, o puxam; e à borda da canoa lhe dão com um pau algumas pancadas fortes no focinho e na cabeça, que é quando o Peixe-boi geme de modo que comove à compaixão, por se representar a quem ouve, que está ouvindo gemer uma criança. Daqui