Quando ele atira o arpão, e conhece que foi empregado, grita para a tripulação: Arria de dentro!
É esta a segunda fase da pescaria.
A baleia parte com grande velocidade sentindo-se ferida, e o homem da volta arria a ostacha, que está colhida na popa, o timoneiro descala o leme, e o resto da tripulação arria a vela, e também o mastro, se o mar está grosso.
Terminada essa faina e tudo safo dá então a voz Fecha! que é para o homem da volta aguentar a volta da ostacha passada pelo banco do mesmo nome, o que às vezes não é preciso por ser veloz a baleia, ou muito amorosa a faina descrita, caso em que da popa gritam Chiou pelo camarada! que significa ter corrido toda a ostacha, e tesado pela extremidade, a que dão aquele nome.
Num e noutro caso dá um arranco a lancha, e segue em uma carreira imensa, em geral contra o vento, e logo nesse primeiro movimento conhecem a força do animal, que arpoaram, pela velocidade e direção que toma, que se for sempre a mesma e sem guinadas, preparam-se para lutar com um bravio peixe.
Principia então a carnificina. A tripulação da lancha ala a ostacha, e assim vai a aproximando da baleia até o ponto conveniente de ser ela lanceada, que é quando chega ao escovém o nó da cota, que é o ponto de união da ostacha com a vinhoneira. O arpoador atira a lança, e dá volta no cabo a ela fixo no beque da lancha, e manda arriar a ostacha. Ficando a baleia presa pela corda da lança, esta curva-se com o impulso da carreira, que ela dá, e a chopa escoa-se pelo corpo e sangra. A lança é atirada com a chopa horizontalmente; porque quando atiram-na verticalmente, dizem eles, nos movimentos da baleia, abre-se a ferida por onde entra água fazendo-a aprofundar-se. Entrega o arpoador a lança ao moço d'armas, e recebe outra pronta.