Quando andam à bolina com vento fresco, os tripulantes colocam-se em pé na borda de barlavento agarrados em cabos com balso, a que chamam brandais, fixos ao mastro grande, e assim vão eles se afastando da vertical para fora até ficarem horizontalmente, à proporção que o vento refresca, fato muito singular na baía de Todos-os-Santos, e digno de atenção para os que navegam à vela em embarcações miúdas, por ser o vento muito variável em força e direção. Também costumam arriar a amura, ou caro da vela; mas não a escota.
Para esta ginástica contínua é preciso muita atenção e muita ligeireza. Ela tem por fim produzir o mesmo efeito das embarcações duplas dos indígenas da Oceania.
De todas as embarcações deste tipo na costa do Brasil são estas as que têm mais superfície vélica, e que mais afrontam o mar e o tempo, e até perdem a terra de vista.
Nos rios do interior, onde não é forte a ação dos ventos, há canoas, que são adornadas com um pássaro, ou outra figura na proa, e têm camarim envidraçado na popa, remadas a pás, e servem para transporte de passageiros e famílias