aves, ovos, mariscos e petiscos para o grande festim, que se tem de dar no ano seguinte.
Essa cena se reproduz todos anos, mas a satisfação das promessas e oferecimentos nem sempre se dá no grau da oferta, principalmente se há nesse lapso de tempo alguma desavença, que altere as relações então havidas.
Em todo o caso a falta do compromisso é motivo do delinquente não comparecer à festa, ou desculpar-se de maneira que a opinião pública perdõe.
Claro está que esta manifestação popular corresponde à força de simpatia de que goza o eleito, e muitos há, que sentidos pela pouca adesão à sua escolha, fazem sacrifício de seus haveres para sustentar a sua posição.
Terminada essa cerimônia dissolve-se a assembleia, e cada um retira-se à sua casa para dar princípio aos festejos, sendo então a escolha assunto de discussões e controvérsias.
À noite há na igreja uma oração, ou ladainha, após a qual se reúnem a população do lugar e os convidados, que em geral, para bem apreciarem a festa, chegam na véspera, e tem lugar o leilão.
O leilão da festa é feito em uma cabana de palha com um balcão, onde se expõem as dádivas dos moradores influentes do lugar, e é uma cerimônia tradicional, e quase obrigatória das festas dos pobres na Bahia.
Ele dá lugar aos rasgos de franqueza e cavalheirismo dos namorados para galantearem publicamente suas queridas, e fazerem jus à retribuição de seu amor; principalmente se elas impõem-lhes os lances em um objeto que é do seu agrado, em geral gastronômico, caso em que eles se sacrificam por um estímulo natural até o extremo.
O leiloeiro é sempre escolhido o mais espirituoso e prosista dos pescadores.