Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

a de casco bruto. Viram-no, desbastam por dentro com machado, e em seguida com enxó e goiva, furam em diversos lugares para marcarem a espessura da embarcação, e a esses furos, que servem de bitola, dão o nome de balisas.

Quando querem aumentar-lhe a boca, suspendem-na do chão, a enchem d'água, e acendem fogo de cavacos, que o alimentam a pouco e pouco até reconhecerem que está nas dimensões desejadas, para o que auxiliam com pontaletes. Deixam-nas cheias d'água por alguns dias para não se deformarem. Este processo não é muito seguido; porque em geral a embarcação depois de algum tempo tende a tomar a sua forma primitiva.

[Ver imagem no original.]

As canoas de rios têm a proa muito lançada para com mais facilidade encalharem nas margens, as das outras, porém, aproximam-se mais da vertical.