Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

canoas formadas e decididas a dar combate a três grandes embarcações holandesas, que vinham do Recife carregadas de soldados, munições e víveres para socorrer o forte de S. Maurício no rio S. Francisco em 28 de agosto de 1645, e que os fez virar para o mar, e deu em resultado a rendição da referida fortaleza, em 19 de setembro do mesmo ano, com duzentos e sessenta e seis praças, holandeses e franceses, cinco índios, vinte e quatro mulheres, dezoito meninos, e outros tantos escravos, e dez peças d'artilheria de bronze; e outros muitos, que dilatariam estas notas.

Halfeld, um dos exploradores do Rio de S. Francisco, em 1860, em seu relatório, descreve da seguinte forma as suas canoas. (23)Nota do Autor

"Respeito às embarcações, usam-se: 1.°, canoas ordinariamente de 100 palmos de comprimento, e largura até 15 palmos, geralmente feitas d'um só tronco, preferindo-se a madeira denominada Tamboril, Vinhatico e Cedro à de Paróba e Jequitibá. Tais canoas são governadas por dous remadores e por uma pessoa que serve na popa de piloto dirigindo o leme, se elas o têm, ou que maneja, em substituição deste, com um remo curto e largo.