Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

lado das suas bordas, até a alta noite, quando aparece a chamada calada, que põe tudo em silêncio.

"Também usam de pôr a canoa à toa descendo pelo rio, trazendo um arbusto na popa, cujo peso com a corrente das águas a faz seguir em direção do canal mais profundo. Os fretes são caros, regulando os pilotos e barqueiros 1$000 a 1$200 por dia, além do bom tratamento, e as canoas a $640 a 1$000 de aluguel diário, regulando conforme o lugar e a necessidade."

O mastro é colocado quase na proa, e tem duas velas latinas, cujos punhos estão fixos em retrancas, cujos laises têm cabos, que passam por moitões no tope do mastro. À proporção que o vento refresca eles diminuem a superfície vélica carregando um pouco os amantilhos das retrancas, e as velas, que antes apresentavam a figura de um triângulo, mostram assim a semelhante à de um losângulo.

A canoa nesse rio prende-se à lenda da Cachoeira de Paulo Affonso, segundo a qual o padre Jesuíta desse nome, surpreendido no alto em uma canoa com um índio, precipitara-se no abismo, do qual subira com vida e incólume, tendo morrido o índio; ou, segundo outra versão, falecera com o índio.

Acerca da navegação do alto S. Francisco acrescentaremos o seguinte trecho de um viajante,